O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), expressou preocupação com a situação das queimadas no estado e enfatizou a necessidade de apresentar alternativas de sobrevivência para a população local.
Em entrevista ao CNN Novo Dia, Lima criticou a abordagem do governo federal, que, segundo ele, tem se concentrado mais na punição do que na prevenção.
Lima destacou que mais de 70% das queimadas ocorrem em áreas de responsabilidade federal, como assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), terras indígenas e regiões sem definição cartográfica clara. O governador afirmou que apenas cerca de 8% das áreas atingidas pelos incêndios são de responsabilidade direta do estado.
Desafios logísticos e estruturais
O governador apontou para as dificuldades logísticas enfrentadas na região amazônica no combate aos incêndios.
Segundo ele, enquanto em estados como São Paulo e Minas Gerais há uma infraestrutura que facilita o acesso rápido às áreas afetadas, no Amazonas, mesmo os bombeiros e brigadistas podem levar até três horas para chegar aos locais de incêndio.
Lima também mencionou a falta de aeroportos adequados para o pouso de aeronaves de combate ao fogo, ressaltando as limitações estruturais que dificultam as ações de controle das queimadas na região.
Críticas à abordagem federal
Comparando as administrações de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, Lima criticou o que considera ser uma “cultura permanente de punição” no governo atual.
Ele argumentou que a punição deveria ser a exceção, não a regra, e que o foco deveria estar em projetos estruturais para prevenir as queimadas anuais.
O governador defendeu a necessidade de oferecer alternativas econômicas viáveis para os pequenos agricultores, como sistemas agroflorestais e uso de adubo verde.
Ele também destacou a importância da regularização fundiária para que os produtores tenham acesso a financiamentos.
“Nós somos totalmente contra as ações ilegais, mas é preciso apresentar alternativas de sobrevivência para o povo da Amazônia. Senão todos os anos nós vamos estar literalmente só apagando incêndios”, concluiu Lima, ressaltando a importância de uma abordagem mais abrangente e sustentável para o problema das queimadas na região amazônica.