Egito propõe cessar-fogo de dois dias em Gaza


O Egito propôs um acordo de cessar-fogo de dois dias, negociando a troca de quatro reféns israelenses em Gaza por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

A proposta foi anunciada pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi em uma entrevista coletiva neste domingo (27).

Sisi não especificou o número de prisioneiros palestinos que poderiam ser libertados.

Caso a proposta seja concretizada, os dois lados terão 10 dias para negociar um cessar-fogo permanente e levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, acrescentou Sisi. Autoridades em Gaza dizem que o Exército de Israel não permite que a ajuda que chega ao enclave seja levada para partes do norte de Gaza, onde novas operações militares estão sendo realizadas.

A CNN entrou em contato com o governo de Israel.

O Egito tem desempenhado durante meses um papel fundamental como mediador nas negociações de cessar-fogo, com os Estados Unidos e do Catar, e está em contato com alguns agentes ​​do Hamas.

As conversas para reiniciar as negociações sobre reféns e cessar-fogo em Gaza foram retomadas no Catar neste domingo, marcando as primeiras de alto nível em dois meses.

Dezenas de reféns retirados de Israel durante os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023 ainda estão detidos em Gaza.

Em abril, mais de 9.500 palestinos estavam detidos em prisões israelenses, incluindo mais de 3.500 sem acusações, segundo a Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros e Direitos Humanos, uma ONG palestina. Esse número não inclui os detidos em Gaza, destacou a Organização.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.

Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.

Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.

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