A Eletronuclear, responsável pelas usinas de Angra, e a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) assinaram acordo para viabilizar produção de radiofármacos, insumo radioativo auxiliar no tratamento de câncer.
Este acordo marca a primeira parceria entre as áreas de energia e saúde do campo nuclear no Brasil. As duas instituições irão conduzir estudos de viabilidade para a produção do Lutécio 177, substância utilizada em remédios, como contrastes e reagentes para exames. A parceria foi firmada no fim de novembro.
“Nós vamos colocar os cérebros das duas instituições para trabalhar em conjunto e atender a saúde do Brasil e dos brasileiros. Se existe uma possibilidade de adaptar o nosso processo de geração de energia em Angra 2, sem dúvidas vamos fazer”, declarou o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.
No Brasil, o Lutécio 177 não é produzido, o que exige uma logística completa de importação, elevando seu custo médio a R$ 30 mil por dose.
“Hoje tudo vem de fora. Se nós pudermos ter aqui no país esse isótopo radioativo que é essencial para o tratamento oncológico, toda a população será beneficiada. Hoje menos de 1% dos brasileiros têm acesso a esse tipo de tratamento”, pontuou a presidente da SBMN, Elba Etchebehere.
Caso o acordo seja aprovado, a produção contínua desse radiofármaco pela Eletronuclear aumentará significativamente o acesso da população ao tratamento oncológico, sem interferir na operação da usina ou gerar resíduos radioativos de longa duração.