Uma juíza federal bloqueou, temporariamente, parte do plano de Donald Trump de congelar subsídios e empréstimos federais. A Casa Branca planeja iniciar uma revisão ideológica dos gastos do governo, correndo o risco de paralisar a máquina pública no processo.
A pausa na ajuda federal faz parte da política de corte de gastos prometida por Donald Trump ao longo da campanha. Mais de 2.000 programas estão sob análise.
O Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca disse que vai analisar os financiamentos concedidos pelo Executivo para garantir que eles não contemplem iniciativas de inclusão.
A administração de Trump nega que isso signifique uma paralisação geral no assistencialismo federal. A decisão, porém, prepara o terreno para um conflito constitucional pelo controle do dinheiro dos contribuintes.
O congelamento causou caos em setores como educação, saúde, moradia e programas contra a pobreza, todos altamente dependentes de financiamento federal.
O Medicaid, programa de saúde social dos Estados Unidos, já foi afetado nesta terça-feira. Agências estaduais enfrentaram dificuldades para acessar fundos federais para o programa de seguro saúde, que atende mais de 72 milhões de americanos de baixa renda.
Em entrevista coletiva, a Casa Branca se recusou a responder questões sobre o Medicaid.
“Eu te dei uma lista de exemplos: Seguro Social, Medicare, benefícios assistenciais e vale-alimentação não serão afetados por essa pausa federal.”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Cidades como Atlanta dizem que seus sistemas de segurança pública e de financiamento para moradia acessível já sofrem com impactos da medida. Segundo a prefeitura, moradores não conseguem acessar portais que garantem o pagamento de aluguéis.
Ellie Hollander, presidente da Meel on Weels – companha que entrega refeições para pessoas que não conseguem comprar comida – reclamou da falta de informações governamentais sobre a pausa no financiamento.
Segundo ela, a empresa já sente os impactos do congelamento e pode ser forçada a paralisar os serviços temporariamente.
Na revisão administrativa proposta por Trump, as autoridades foram orientadas a responder a uma série de perguntas para saber se os programas financiados incluem promoção à ideologia de gênero ou se apoiam de alguma forma o aborto.
São trilhões de dólares potencialmente revisados. Subsídios que foram concedidos, mas não gastos, também devem ser interrompidos se violarem uma das ordens executivas de Trump.
* com informações da Reuters
