O consumo de álcool, mesmo que moderado, se tornou um dos principais fatores de risco para o câncer de mama. OMS (Organização Mundial de Saúde) alertou sobre a gravidade da bebida alcoólica nesta terça-feira (17) em conferência durante o Congresso Mundial de Câncer.
De acordo com a OMS, não há um nível seguro de consumo de bebidas alcoólicas quando se trata de reduzir o risco dessa doença.
Estudos publicados revelam que mais da metade dos casos de câncer de mama relacionados ao álcool na Europa não são resultado do consumo excessivo.
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Aproximadamente um terço dos novos diagnósticos anuais está relacionado ao consumo moderado, como a ingestão de até duas taças pequenas de vinho por dia.
Isso indica que mesmo pequenas quantidades de álcool podem aumentar significativamente o risco da doença.
Como o álcool afeta o risco de câncer?
Os mecanismos que ligam o álcool ao câncer são conhecidos há décadas. No entanto, o número de mulheres que sabem da relação com o câncer de mama ainda é baixo.
O álcool, assim como o tabaco, foi classificado como carcinógeno do grupo 1 pela Iarc (Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer), instituição que faz parte da OMS, desde os anos 1980.
O principal processo que relaciona o consumo de bebidas alcoólicas ao desenvolvimento de tumores está no metabolismo do etanol em acetaldeído, uma substância tóxica para as células.
O acetaldeído danifica o DNA das células e impede que o organismo repare esses danos. Com o DNA comprometido, as células podem se multiplicar de forma descontrolada, levando à formação de um tumor.
No caso do câncer de mama, o álcool também influencia os níveis de estrogênio, hormônio que desempenha um papel crucial no desenvolvimento e progressão de muitos tipos desse câncer.
Ou seja, uma mulher que consome álcool tem uma maior ação estrogênica e se houver uma célula alterada, esse excesso de estrogênio pode predispor ao câncer.
Além do câncer de mama, o álcool está relacionado a outros seis tipos de câncer: intestino (cólon e reto), boca, laringe, faringe, estômago e fígado.
Existem ainda indícios, embora menos conclusivos, de que ele também pode estar ligado ao câncer de próstata e pâncreas.
Como evitar o câncer de mama?
De acordo com a OMS, cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:
- Praticar atividade física
- Manter o peso corporal adequado
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
- Amamentar o máximo de tempo possível
- Não fumar e evitar o tabagismo passivo
Como identificar o câncer de mama?
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no bico do peito (mamilo) como retrações;
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos;
É importante destacar que os sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer. Para ter mais informações sobre o câncer de mama, acesse o site da OMS.