Uma escola estadual na zona oeste de São Paulo orientou professores da unidade a não se manifestarem a respeito da implementação do modelo cívico-militar de ensino no colégio.
Um comunicado enviado aos docentes no dia 2 de agosto, assinado pela direção da EE Professora Guiomar Rocha Rinaldi, manifestou a “importância de não expressar publicamente, dentro da unidade escolar, para os estudantes e pais/responsáveis, seu ponto de vista sobre a implementação da escola cívico-militar”. Veja a íntegra do comunicado abaixo.
“É fundamental lembrar que essa decisão cabe aos pais e responsáveis, ou seja, à comunidade escolar, que deve escolher o que é melhor para seus filhos e para a comunidade”, acrescenta o texto.
O comunicado reconhece que “divergências de opinião existem”. “No entanto, é essencial que respeitemos essas diferenças e nos abstenhamos de espalhar notícias falsas. Devemos sempre nos atentar aos fatos e aos documentos oficiais da Secretaria da Educação”, finaliza o texto.
A CNN entrou em contato com a escola. Um funcionário negou que o comunicado orientava os professores a não manifestarem suas opiniões sobre as escolas cívico-militares e afirmou que o objetivo é evitar a “disseminação de fake news”.
O que diz o governo
A Secretaria Estadual da Educação informou que o diretor da escola será afastado e que “uma apuração preliminar sobre sua conduta será aberta”.
A pasta diz que “está aberta ao diálogo e apoia a livre manifestação em âmbito democrático”. “O processo de consulta pública está sendo conduzido de maneira transparente, e o objetivo é ouvir a comunidade escolar, incluindo os docentes das unidades, que também participam da votação, e permitir que ela decida sobre a implantação do programa na unidade, conforme os critérios estabelecidos no edital.”
Por fim, a secretaria explica que a EE Profª Guiomar Rocha Rinaldi “demonstrou interesse no Programa Cívico-Militar e agora discute a implementação com sua comunidade escolar”. “O parecer, seja ele negativo ou positivo, deve ser registrado entre os dias 1º e 15 de agosto, por meio da Secretaria Escolar Digital (SED). Outras duas rodadas de consulta estão previstas para unidades que não atingirem a quantidade de votos válidos.”
Veja a íntegra do comunicado enviado:
* Sob supervisão
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