O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) enviará uma equipe para a Síria na próxima semana, após a queda de Bashar al-Assad, de acordo com o porta-voz da ONU, Thameen Al-Kheetan, em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (20).
Sob o governo Assad, a equipe de Direitos Humanos da ONU não foi autorizada a entrar na Síria por anos, destacou Al-Kheetan, “e tem monitorado abusos remotamente”.
Ele declarou que os funcionários apoiarão questões de direitos humanos e ajudarão a garantir que qualquer transição de poder seja “inclusiva e dentro da estrutura do Direito Internacional”.
“É importante para nós começarmos a estabelecer uma presença lá”, acrescentou.
Um órgão investigativo da ONU também pretende viajar para a Síria para obter evidências sobre altos funcionários do antigo governo.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
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