Com aparência que lembra um filhote de onça-pintada, o gato-maracajá (Leopardus wiedii) é um felino selvagem noturno, silencioso e quase invisível nas matas brasileiras. No Pantanal, onde ainda resiste entre árvores e galhos, ele é considerado um verdadeiro acrobata da selva — e um símbolo da luta pela sobrevivência.
Com patas traseiras capazes de girar até 180°, o maracajá desce de cabeça para baixo pelas árvores, caça com movimentos precisos e vive entre as copas, longe do alcance de predadores. Mas, mesmo com toda essa habilidade, sua maior ameaça vem de baixo: desmatamento, atropelamentos e a destruição do habitat estão colocando a espécie em risco.
Classificado como vulnerável, o gato-maracajá é alvo de uma nova campanha da ONG Panthera Brasil, que atua na conservação de felinos selvagens em áreas como a Transpantaneira, em Poconé (MT). A campanha, intitulada “O Equilibrista das Árvores”, usa uma narrativa em primeira pessoa para contar a história do felino e mobilizar apoio à causa.
“Com meus olhos brilhando na escuridão, observo cada detalhe ao redor. Vivo entre os galhos, caçando aves e lagartos com movimentos ágeis e precisos. Mas minha casa está desaparecendo…”, diz o texto da campanha, publicado nas redes sociais da ONG.
A Panthera desenvolve ações de pesquisa, educação e monitoramento de espécies como a onça-pintada, o jaguatirica e o próprio maracajá. A ideia da campanha é alertar que, apesar de parecer forte e resistente, o gato-maracajá está ameaçado e precisa de atenção urgente.
Muitas vezes confundido com uma onça, esse pequeno felino é um dos mais ágeis e discretos da fauna brasileira — e também um dos mais esquecidos. O que ele pede agora é simples: espaço para continuar dançando pelas árvores do Pantanal.
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