O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (30), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, passou a integrar a lista de pessoas sancionadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC). A decisão foi tomada às vésperas do início do chamado “tarifaço” contra o Brasil e repercutiu imediatamente no meio político.
A sanção foi determinada com base na Lei Magnitsky
Segundo o órgão norte-americano, Moraes teria autorizado medidas que atentam contra a liberdade de expressão e “prisões arbitrárias”. As acusações fazem referência a processos ligados ao julgamento da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e a decisões que impactaram empresas de redes sociais dos Estados Unidos que atuam no Brasil.
“Moraes é responsável por uma campanha de censura, detenções arbitrárias e processos politizados – inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Tesouro seguirá responsabilizando quem ameaçar as liberdades de nossos cidadãos e os interesses dos EUA”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado oficial.
A medida adotada pelos Estados Unidos repete a narrativa defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que se diz vítima de perseguição política no Brasil. Ele é investigado por tentar mobilizar as Forças Armadas para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Para aliados de Bolsonaro, a decisão norte-americana reforça as críticas às decisões de Moraes no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já juristas e integrantes do Judiciário brasileiro veem a medida como um ato político dos EUA que pode gerar atritos diplomáticos.
Bloqueio de bens nos EUA e impacto da Lei Magnitsky
A sanção foi determinada com base na Lei Magnitsky, legislação criada em 2012 que permite ao governo dos Estados Unidos aplicar restrições financeiras a pessoas estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.
Com a inclusão do nome de Moraes na lista do OFAC, todos os bens, contas bancárias e ativos que ele possua nos EUA passam a ser bloqueados automaticamente. O mesmo se aplica a empresas em que o ministro detenha participação igual ou superior a 50%. Além disso, cidadãos e empresas americanas ficam proibidos de realizar qualquer transação com os alvos da sanção, o que amplia o alcance das restrições.
Segundo especialistas em relações internacionais, medidas como essa têm forte efeito simbólico e costumam ser usadas pelos EUA como forma de pressionar governos estrangeiros. A lista de sancionados com base na Lei Magnitsky inclui, atualmente, autoridades e empresários de vários países acusados de violações de direitos humanos.
Negociação em alta: Trump reaproxima EUA e China após pressão da Nvidia
Senadores brasileiros alinham estratégia antes de encontros com autoridades dos EUA
Senadores embarcam para os EUA para tentar reverter tarifaço imposto por Trump
Senadores em missão nos EUA tentam negociar tarifaço
Senador diz que missão de abrir diálogo com EUA foi cumprida