Estados Unidos e Israel prometeram interromper o cessar-fogo na Faixa de Gaza se o Hamas não mantiver o calendário de entrega de reféns.
Também nesta terça-feira (11), Donald Trump discutiu o futuro do enclave palestino com o rei Abdullah II, da Jordânia.
O rei afirmou ser contra o projeto do presidente americano de retirar os palestinos da Faixa de Gaza e deslocá-los para a própria Jordânia e para o Egito.
Trump havia ameaçado retirar a ajuda financeira dos americanos ao reino árabe caso o país não topasse o plano de receber os moradores do enclave.
Ainda assim, o rei prometeu abrigar 2 mil crianças palestinas doentes para que elas recebam tratamento em Amã.
“Com todos os desafios que temos no Oriente Médio, finalmente eu vejo alguém que pode nos levar à linha de chegada, que pode nos dar estabilidade, paz e prosperidade para todos nós na região. É nossa responsabilidade coletiva, no Oriente Médio, continuar a contribuir com você, a apoiar você, para alcançarmos esses grandes objetivos”, disse o monarca.
Apesar do otimismo do rei da Jordânia, a paz no Oriente Médio parece ter ficado ainda mais distante nas últimas 24 horas. Donald Trump disse que acabaria com o acordo de cessar-fogo se o Hamas não libertasse todos os reféns até o fim desta semana.
Exigência que não está prevista nas negociações que os assessores do republicano mediaram antes mesmo de ele voltar à Casa Branca.
“Eu não quero ver dois (reféns), e depois outros dois na outra semana. E depois quatro. Ou libertam todos no sábado, ao meio dia, ou não sabemos o que pode acontecer…”, disse Trump.
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, também cogitou o fim do acordo nesta terça-feira. E disse que voltaria a atacar Gaza se não houvesse a libertação de reféns no sábado. Ele não deixou claro se a condição vale pra soltura de todos os mais de 70 reféns que estão sob poder do grupo palestino. Ou se apenas dos três israelenses que deixariam o cativeiro no domingo, seguindo os termos do cessar-fogo acordado no mês passado.
Num comunicado, o Hamas afirmou que as ameaças são apenas retóricas. E que o único jeito de os reféns serem soltos é com o fim da guerra em Gaza.
No início desta semana, o Hamas suspendeu a soltura programada para domingo, acusando Israel de furar as cláusulas do cessar-fogo ao restringir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e impedir a volta de palestinos à região norte do enclave.