Ex-candidato a vereador por Cuiabá presenciou ataque ao STF


Roberto Miranda Pita, conhecido como Beto Pita, ex-candidato a vereador por Cuiabá, presenciou o momento em que Francisco Wanderley Luiz chegou ao local onde mais tarde se explodiria em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) na noite de quarta-feira (13). Beto Pita havia participado de uma sessão na Suprema Corte e encontrou Francisco ao sair do prédio.

Ao Primeira Página, Beto Pita contou que ao descer com sua esposa da rampa do STF, se deparou com um segurança conversando com Francisco, sem entender o diálogo.

“Nós vimos ele atirando a bomba na estátua que fica em frente ao STF. Passamos perto dele, então minha esposa resolveu correr. Depois disso ele deitou no chão e tinha riscado a bomba. Pensei em até tirar a bomba de perto dele. Ele tentou algo contra a instituição e depois contra ele mesmo”, disse.

Beto Pita, que foi candidato a vereador por Cuiabá pelo PSD nas eleições 2024, nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

“Foi Deus que me livrou. Me impediu de tentar ajudá-lo. Poderia ser duas pessoas mortas. Eu tenho um sentimento de impotência, porque queria tentar ajudar, tirar o sentimento dele de tentar algo naquele momento. Eu vi tudo acontecendo, fico com sentimento de tristeza”.

Andamento das investigações

A Polícia Federal segue reunindo elementos que comprovam os últimos passos de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, antes de ele atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) com bombas. Confira o vídeo do momento do atentado:

Horas antes, ele entrou no Plenário da Corte e enviou mensagens no Facebook anunciando o ataque e manifestando ódio contra autoridades. De acordo com a Polícia Federal, os indícios são de que Wanderley agiu sozinho. No entanto, grupos extremistas continuam à espreita.

Nessa quinta-feira (14), o STF ainda recebeu ameaças: “não haverá descanso”, diz trecho da mensagem.

Quem é Francisco Wanderley Luiz?

Francisco se candidatou a vereador pelo PL em Rio do Sul, em Santa Catarina, em 2020, mas não se elegeu. Ele era solteiro, atuava como chaveiro e tinha dois filhos, de 37 e 38 anos, do primeiro relacionamento, conforme apurou o portal G1. Francisco era bolsonarista e, inclusive, participou de acampamentos golpistas em Santa Catarina após a derrota de Jair Bolsonaro.

Da esquerda para direita, imagem de e-mail ameaçador enviado ao STF, foto de Francisco e imagem da câmera de segurança que registrou o atentado. (Foto: Reprodução)

Como foi o ataque?

Francisco Wanderley se aproximou do STF (Supremo Tribunal Federal) com artefatos explosivos na noite de quarta-feira. Imagens mostram o homem se aproximando da estátua da Justiça e jogando algo no monumento. Um segurança da Polícia Judiciária se aproximou e fez uma abordagem. Francisco, então, recuou e lançou artefatos explosivos em direção ao STF.

Na sequência, ele acendeu um novo artefato, que explodiu com ele. Francisco morreu em decorrência das explosões. Minutos antes, outros explosivos foram detonados no carro de Francisco, que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.

Próximo ao veículo, a Polícia Federal ainda apreendeu um trailer vedado, que continha artefatos semelhantes aos usados nos atentados.

CARROOOOOOOOO
Veículo que estava em nome de Francisco. (Foto: G1)

A casa do suspeito

A Polícia Federal ainda encontrou mais explosivos na casa alugada por Francisco Wanderley, em Ceilândia. A polícia fez buscas no local na madrugada desta quinta-feira (14) e encontrou bombas caseiras. Um dos artefatos foi detonado assim que o robô da corporação abriu uma gaveta. Na residência, a polícia encontrou inscrições relacionadas ao 8 de janeiro e mencionando um plano de bomba.

Ameaça por e-mail

Após o atentado, o Supremo Tribunal Federal recebeu um e-mail com ameaça. Na mensagem, um suspeito afirma que “não haverá descanso até que a Suprema Corte brasileira seja eliminada”.

IMAGEM EMAIL
[Imagem enviada por e-mail com ameaças ao STF. (Foto: G1)





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