A 56ª Expoagro começou. Os tradicionais shows que sempre foram os itens mais esperados da programação da feira já estão a todo vapor e reúnem um público diverso. Mas o destaque deste ano é o Fórum das Cadeias Produtivas, que tem o objetivo de reafirmar a situação estratégica que Mato Grosso tem para o mundo, além de gerar conhecimento e capacitação.
Os temas das palestras foram pensados estrategicamente por um conselho formado por professores da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), que consideram as pautas atuais e essenciais a serem discutidas dentro do agronegócio.
De acordo com o coordenador do Fórum, o professor pesquisador João Costa, um dos pontos mais considerados foi a acessibilidade, ou seja, tratar de temas técnicos da forma mais simples para que toda a comunidade possa participar.
“O Fórum das Cadeias Produtivas tem como proposta criar eixos, em que pudéssemos aplicar o conhecimento técnico científico para a população de um modo geral, que pode ser um produtor rural, uma dona de casa, ou qualquer outra pessoa. Este ano, estamos trabalhando com quatro eixos que são: inovação e tecnologia, sustentabilidade, gestão de pessoas e marketing”, explicou o professor.
Exemplo de uma participação mais diversa nas palestras é a presença de estudantes em todos os dias de evento. É o caso de Bruna Albres, estudante de zooctenia da UFMT. Essa é a segunda vez que a jovem participa do Fórum e o objetivo dela é adquirir conhecimento extra sala de aula para que, no futuro, possa contribuir com o desenvolvimento da cadeia leiteira na Baixada Cuiabana.
“Minha família é sitiante e sempre trabalhou com gado leiteiro, porém em pequena escala. Minha ideia é melhorar a produção e poder ajudá-los a expandir”, contou ela.
Os assuntos debatidos no Fórum vão desde a importância da produção mato-grossense para o mundo, passando por implementação de técnicas de melhoria nas fazendas até a industrialização. Destacando o fator sustentabilidade, os benefícios da comunicação assertiva e o processo de sucessão familiar.
Para o diretor do Sindicato Rural de Cuiabá, Vicente Falcão, a gestão dos negócios agropecuários é um tema urgente para o setor. Falar sobre quem pode suceder o produtor e assumir o comando dos negócios, assim como a capacitação de colaboradores para dar continuidade à produção. Hoje, o pensamento comum dentro do agronegócio é que hajam sucessores e não herdeiros.
“A Expoagro fomenta conhecimento, negócios e empregos. Temos ainda cursos, oficinas de qualificação não apenas para o produtor, mas para todos. É uma oportunidade para a população urbana conhecer melhor como funciona a vida no campo”, disse o diretor.
O produtor rural Daniel Monteiro da Silva representa esse processo de sucessão na pecuária. Com fazendas em Poconé e Acorizal, vem implementando novas formas de produção dentro das propriedades rurais, voltadas à criação de gado. Ele, por exemplo, tem uma fazenda e viu no arrendamento de outras áreas a possibilidade de crescimento e uma forma segura de investir o capital para obter novos resultados.
“Em vez de expandir o capital e mobilizar áreas, a gente optou por arrendar por um período longo, porque a pecuária é um ciclo de médio a longo prazo e implantamos o mesmo sistema como se a área fosse nossa. Às vezes, o produtor não tem capital para investir na compra da terra e, ao mesmo tempo, mobilizá-la, então, nessa opção de arrendamento é possível fazer um planejamento de cinco a 10 anos, e obter resultados eficientes, mesmo não sendo dono da terra, vamos dizer assim”.
É preciso entender, segundo ele, que o imóvel agropecuário, seja destinado à pecuária, agricultura ou outra atividade rural, se tornou uma empresa e é preciso investir em conhecimento técnico para conseguir gerir e ter rentabilidade.
Expoagro
A 56ª segue até o dia 19 e, além das palestras, serão ofertadas oficinas, exposição de produtos, leilões, apresentações culturais e feira gastronômica. Consulte o site para mais informações