Feminicídios disparam 16% às vésperas de 2025, em MS

Recepção da Deam em Campo Grande


A um dia do fim de 2024, o estado soma 35 vítimas de feminicídio, número 16,6% maior se comparado ao mesmo período do ano passado, quando 30 mulheres foram mortas. A maioria das vítimas, 11, foi assassinada na capital. No ano passado foram 8 mulheres mortas em Campo Grande, um aumento de 37,5%.

Recepção da Deam em Campo Grande. (Foto: Adriano Fernandes)

Últimos casos

Uma jovem, de 26 anos, presa ao ciclo de violência, e uma idosa, de 66 anos, morta de forma brutal pelo próprio filho. Os mais recentes casos de feminicídios, registrados em menos de 24 horas, dão uma dimensão do grave panorama desse tipo de crime em Campo Grande.

Durante coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (30), a delegada Analu Ferraz, da Deam (Delegacia Especializada na Proteção à Mulher), revelou mais informações sobre o andamento das investigações.

Preso em flagrante pela DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) na última sexta-feira (27), horas após assassinar a namorada Bruna dos Santos Maroto, de 26 anos, no bairro Los Angeles, Edvan da Silva Rodrigues, de 43 anos, já teve prisão convertida em preventiva. Bruna foi espancada e esfaqueada pelo parceiro, segundo a Polícia Civil.

Conforme a delegada, a jovem já havia denunciado o suspeito à polícia por violência doméstica diversas vezes, mas sempre reatava o relacionamento, comportamento recorrente entre as mulheres que estão presas a relacionamentos abusivos.

  1. Filho mata mãe no União e homem a namorada no Los Angeles

Em depoimento, mesmo após confessar o crime, Edvan afirmou que a vítima era usuária de drogas e que havia outras pessoas no local do assassinato, que poderiam ter matado a jovem.

“Eles tinham diversos registros de boletim de ocorrência de violência doméstica registrados aqui na delegacia, mas ela retirava algumas dessas queixas. A última ocorrência foi em novembro de 2023, que ela tinha uma medida protetiva, que ele foi intimado via edital, mas mesmo ela estando essa medida protetiva, ela retornou ao relacionamento com ele, sem a solicitação da revogação da medida”.

Analu Ferraz, delegada da Deam (Delegacia Especializada na Proteção à Mulher).

Quem também segue preso preventivamente pelo assassinato da própria mãe, Mariza Pires, de 66 anos, no Conjunto União, é Diego Pires de Souza, de 36 anos, que utilizou uma pá para matar a própria mãe, na noite de sexta-feira (27). Após assassinar a idosa com golpes de pá, Diego ainda pediu ajuda aos vizinhos, afirmando que a mulher tinha sofrido uma queda.

A caminho do hospital, entretanto, os socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) notaram que os ferimentos não tinham as características típicas de uma queda. As informações contraditórias prestadas pelo filho, sobre as circunstâncias do suposto acidente, também levaram a polícia a vê-lo como principal suspeito do crime.

Diego também foi flagrado descartando a arma usada no assassinato.

“Nós conseguimos imagens de câmeras de segurança que mostram o suspeito descartando a pá no terreno em que ela foi localizada. Agora, nós vamos fazer o levantamento dos depoimentos, para tentar entender e apresentar uma possível dinâmica ou uma possível motivação para o crime. E também vamos dar robustez para o inquérito, com as provas que nos estamos coletando na data de hoje”.

Analu Ferraz, delegada da Deam (Delegacia Especializada na Proteção à Mulher).

Campanha BASTA
Logo da Campanha Basta, do Primeira Página. (Foto: Divulgação)



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