As forças de Israel invadiram o Hospital Kamal Adwan, uma das três únicas instalações médicas no extremo norte da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (27), ordenando que dezenas de pacientes e centenas de outros saíssem do complexo, disseram autoridades.
Além disso, ataques israelenses mataram pelo menos 25 pessoas em outros locais de Gaza, afirmaram médicos. Uma dessas ofensivas atingiu uma casa na Cidade de Gaza e matou 15 pessoas, segundo médicos e o serviço de emergência civil.
O Ministério da Saúde palestino afirmou que perdeu contato com a equipe dentro do Hospital Kamal Adwan, que está sob forte pressão das forças israelenses há semanas.
“As forças de ocupação estão dentro do hospital agora e o estão queimando”, alegou Munir Al-Bursh, diretor do Ministério da Saúde em Gaza, que é administrada pelo Hamas, em um comunicado.
Bursh comentou que o Exército ordenou que 350 pessoas dentro da instalação fossem para uma escola próxima que abrigava famílias deslocadas. Eles incluíam 75 pacientes, seus acompanhantes e 185 funcionários.
A Al-Aqsa Television, do Hamas, disse que horas após o ataque as forças israelenses incendiaram o hospital. Imagens circulando na mídia palestina e árabe, que a Reuters não pôde verificar imediatamente, mostraram fumaça subindo da área do hospital.
O Exército israelense destacou mais cedo que fez esforços para mitigar os danos aos civis e “facilitou a retirada segura de civis, pacientes e equipe médica antes da operação”, mas não deu detalhes.
“O Hospital Kamal Adwan serve como um reduto terrorista do Hamas no norte de Gaza, de onde os terroristas têm operado durante toda a guerra”, comentaram as forças em um comunicado.
Israel pressiona hospitais na Faixa de Gaza
O Kamal Adwan, assim como os hospitais Indonesia e Al-Awda, foram repetidamente atacados pelas forças israelenses.
A operação desta sexta-feira ocorre dias após o Exército desocupar o Hospital Indonésios e continuar pressionando Al-Awda.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.