Pouco mais de 24 horas separa o sucesso do fracasso na cúpula do clima, em Baku, no Azerbaijão. A cúpula termina às 18 horas (horário local, 11h de Brasília) desta sexta-feira (22). Mas, a previsão, é que esse prazo se estenda ainda mais. A COP29, que começou com uma grande expectativa, em torno das discussões do financiamento climático, vê o tempo se esgotando. E o pior, um pacote equilibrado, segundo o que se houve pelos corredores, não está nada fácil de sair.
Nesta quinta-feira (21), algumas das principais lideranças globais retornaram à cúpula. Um exemplo, foi Marina Silva. A ministra do Meio Ambiente, que chegou durante a madrugada, vem cumprindo uma série de compromissos. Entre os encontros, se reuniu com o presidente da COP29, Mukhtar Babayev. Aliás, foi o próprio “chefão” da conferência quem pediu ajuda ao Brasil e, também, ao Reino Unido para que auxiliem as demais nações a entrarem em um acordo.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, é outro que retornou do G20, realizado no Rio de Janeiro, direto para Baku. Foi enfático em seu discurso. Repetidamente lembrou os líderes da importância de se alcançar resultados concretos. Mencionou que as delegações e a presidência da COP seguem trabalhando de arduamente para encontrar um terreno comum, mas o relógio segue correndo.
“Precisamos de um grande esforço para levar as discussões até a linha de chegada. Para entregar um pacote ambicioso e equilibrado sobre todas as questões pendentes, com uma nova meta de financiamento no centro. O fracasso não é uma opção”, alertou em Baku.
Guterres, também fez menção a COP30, que acontecerá, em 2025, em Belém, no Brasil. Para ele, a decisão final, que sairá no Azerbaijão, vai impactar diretamente a próxima edição da cúpula do clima.
“Ela [COP29] pode comprometer tanto a ação no curto prazo quanto a ambição na preparação dos novos planos nacionais de ação climática, com impactos potencialmente devastadores à medida que pontos de inflexão irreversíveis se aproximam. Inevitavelmente, tornaria o sucesso da COP30 no Brasil ainda mais difícil”.
Para finalizar, Guterres afirmou que a negociação acontece entre os estados-membros, mas que a presidência da COP conta com total cooperação e esforços em busca de um acordo. Um exemplo citado pelo chefe da ONU, foi o consenso da semana passada sobre mercados de carbono e os novos planos nacionais de ações climáticas, anunciados por alguns países.
“Incentivo todas as partes a intensificar seus esforços, acelerar o ritmo e entregar resultados. A necessidade é urgente. Os benefícios são enormes. E o tempo é curto”, afirmou Guterres.