A França e os Estados Unidos estão trabalhando para chegar a um cessar-fogo temporário de 21 dias entre os combatentes libaneses do Hezbollah e Israel, para dar tempo para negociações mais amplas, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, nesta quarta-feira (25).
“Uma solução diplomática é de fato possível. Nos últimos dias, trabalhamos com os nossos parceiros americanos numa proposta de cessar-fogo temporário de 21 dias para permitir negociações”, disse ele ao Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros.
Ele disse que o plano seria divulgado em breve.
“Contamos com ambas as partes para a aceitarem sem demora, a fim de proteger as populações civis e permitir o início das negociações diplomáticas”, disse ele.
Barrot, que irá ao Líbano no final da semana, disse que Paris trabalhou com as partes na definição dos parâmetros para uma saída diplomática da crise sob a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.
“É um caminho exigente, mas é um caminho possível”, disse ele.
A Resolução 1701 – adotada após uma guerra de um mês entre Israel e o Hezbollah em 2006 – expandiu o mandato de uma força de manutenção da paz da ONU, permitindo-lhe ajudar o exército libanês a manter partes do sul livres de armas ou de pessoal armado que não seja o do estado libanês.
Isso atritos com o Hezbollah, que controla efetivamente o sul do Líbano, apesar da presença do exército libanês. O Hezbollah é um partido fortemente armado e a força política mais poderosa do Líbano.
O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, disse ao conselho que uma Resolução 1701 totalmente implementada era a única solução de longo prazo.
“Os Estados Unidos envolveram-se intensamente com todas as partes na região. O nosso objetivo é claro – evitar uma guerra mais ampla que acreditamos não ser do interesse de nenhuma parte, nem do povo de Israel e nem do povo do Líbano”, disse Wood.
“Estamos trabalhando com outros países numa proposta que esperamos que conduza à calma e permita discussões para uma solução diplomática”, disse ele.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, disse na reunião que não se poderia permitir que o Líbano se tornasse outra Gaza.
“Vamos dizer em uma voz clara: parem com a matança e a destruição. Recusem a retórica e as ameaças. Afastem-se do abismo. Uma guerra total deve ser evitada a todo custo”, disse ele.