Funcionário de fazenda é suspeito de embolsar milhões em fraude com pneus


A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou, nesta quarta-feira (18), a Operação Nota Fria, para investigar um esquema de fraudes milionárias com compras falsas de pneus e serviços de borracharia em uma agropecuária com unidade no município de Sapezal, em Mato Grosso.

Funcionário de fazenda é suspeito de embolsar milhões em fraude com pneus

O principal investigado é um funcionário da fazenda, responsável pelos setores de lubrificação e abastecimento. Ele teria cadastrado, em janeiro de 2022, uma empresa fictícia que emitiu 250 notas fiscais fraudulentas, totalizando R$ 3 milhões, sem que os serviços fossem prestados.

As buscas foram realizadas em endereços domiciliares e na sede da empresa investigada, localizados em Sapezal e Rondonópolis. Durante a operação, foram apreendidos documentos, um notebook e R$ 13 mil em espécie.

Fraude com serviços fictícios

De acordo com a investigação, o funcionário tinha autonomia para gerenciar a manutenção dos pneus da frota de veículos da fazenda. Ele cadastrou a empresa investigada, registrada em Rondonópolis, como prestadora de serviços de borracharia e recapagem de pneus. Porém, o principal registro da empresa é o de consultoria em gestão empresarial, e borracharia aparece apenas como atividade secundária.

Entre 2022 e 2024, a empresa emitiu notas fiscais que somaram R$ 3 milhões. Uma auditoria interna realizada pela agropecuária revelou que não houve movimentação de entrada ou saída de pneus durante o período investigado, indicando que os serviços não foram realizados.

Em 2023, a agropecuária pagou R$ 1.226.674,22 à empresa investigada. Em 2024, o valor subiu para R$ 1.636.327,32, valores considerados incompatíveis com a demanda da fazenda. Uma comparação com outra propriedade do mesmo grupo, que possui o dobro de veículos, mostrou que os gastos em Sapezal foram cerca de dez vezes maiores.

Manipulação de documentos

Uma análise no computador corporativo usado pelo investigado revelou alterações em documentos, com diversas revisões antes de serem enviados. Apesar disso, não havia registros de orçamentos recebidos da empresa investigada. Por outro lado, várias notas fiscais foram localizadas, todas enviadas diretamente para o setor financeiro da agropecuária.

As notas fiscais foram emitidas de forma sequencial, reforçando a suspeita de que a fazenda de Sapezal era o único cliente da empresa. Outro fator que chamou a atenção foi a distância entre a prestadora de serviços, localizada em Rondonópolis, e a fazenda, a 750 km de distância, o que tornava a operação logística improvável.

Investigação continua

A operação, que contou com o apoio das delegacias de Sapezal e Rondonópolis, segue investigando o destino dos valores e possíveis outros envolvidos no esquema. A empresa investigada, fundada há quatro anos com um capital social de apenas R$ 5 mil, é considerada peça central no caso.

A GCCO trabalha para rastrear os recursos desviados e garantir a responsabilização dos envolvidos.



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