Uma quadrilha especializada em golpes milionários contra compradores de grãos foi desmantelada nesta sexta-feira (20) pela Polícia Civil de Mato Grosso, na Operação Árpagas.
Com táticas que incluíam sequestros, extorsões e falsificação de identidades rurais, o grupo atraía empresários do Nordeste com ofertas fictícias de grãos, transformando negociações em armadilhas.
A ação, coordenada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) de Várzea Grande, cumpriu seis mandados de prisão preventiva, 20 de busca e apreensão e determinou o sequestro de veículos usados nos crimes.
O caso que deu início às investigações ocorreu em dezembro de 2023, quando um representante comercial do Rio Grande do Norte foi sequestrado e extorquido.
Esquema criminoso
A quadrilha atraía empresários do Nordeste para Mato Grosso com falsas ofertas de grãos anunciadas na internet. Após a chegada das vítimas, elas eram sequestradas e mantidas em cativeiro enquanto os criminosos realizavam extorsões.
“Além de roubarem os pertences das vítimas, eles as coagiram a entrar em contato com empresas para garantir depósitos de valores significativos, simulando que a carga já havia sido despachada”, explicou o delegado Alexandre Nazareth, em entrevista ao Bom Dia MT, da TV Centro América.
Os criminosos exigiram adiantamentos de R$ 20 mil e R$ 18,7 mil em contas indicadas por eles, além de roubar pertences pessoais, como celular, dinheiro e roupas.
Investigação e estrutura do grupo
A investigação revelou que a quadrilha tinha uma estrutura organizada com divisão de tarefas. Uma mulher atuava como “caixa” da operação, recebendo os valores extorquidos em sua conta bancária e distribuindo-os entre os integrantes.
Outros membros forneciam o veículo usado no crime, a casa para manter a vítima em cativeiro, e contas bancárias para movimentar o dinheiro.
O líder do grupo era responsável por planejar o esquema, incluindo a falsificação de adesivos que simulavam a identidade de uma propriedade rural. Ele também organizava os comparsas, providenciava armas e coordenava a execução do crime.
As investigações apontaram que o esquema envolvia até recrutadores no Acre, que conseguiam pessoas para “emprestar” contas bancárias.
Cumprimento dos mandados
Os mandados judiciais, expedidos pela 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, foram cumpridos em Várzea Grande, Cuiabá e Rio Branco (AC). Cinco dos seis mandados de prisão foram executados até o momento.
A operação contou com apoio da Gerência de Operações Especiais, do Ciopaer e das delegacias regionais de Cuiabá e Várzea Grande.
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