O governo brasileiro avalia que as recentes indicações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para a política externa podem agravar o impasse no Oriente Médio.
De acordo com fonte diplomáticas, os novos nomeados para o segundo governo Trump demonstram posições mais “exacerbadas” com relação a Israel e mais alinhamento ao governo de Benjamin Netanyahu.
Trump indicou dois republicanos para postos-chaves: Marco Rubio, que deve ser nomeado Secretário de Estado (cargo equivalente ao de chanceler do país), e Elise Stefanik, como embaixadora das Nações Unidas (ONU).
De acordo com integrantes do Itamaraty ouvidos pela CNN, ainda é cedo para um diagnóstico de como serão as relações do governo Trump 2 com a região, mas os indícios apontam para mais confluência nas decisões de Netanyahu, com Israel mais “desenvolto” com os Estados Unidos.
A avaliação é que Israel pode ter mais proximidade, portanto, ainda mais colaboração de inteligência e de armas dos norte-americanos, validando o recrudescimento de ataques na região.
Outro ponto citado é a consequência para a ajuda humanitária. Um dos exemplos citados é uma lei aprovada pelo parlamento israelense, neste mês, que proíbe a principal organização de ajuda humanitária da ONU aos refugiados palestinos (UNRWA) de operar em Israel.
Os diplomatas ainda citam um cenário distinto do primeiro mandato de Trump. No primeiro mandato, o republicano mediou a assinatura dos chamados Acordos de Abrãao, que normalizou os laços entre Estados árabes e Israel, entre eles Emirados Árabes Unidos.
Apesar de ainda celebrado por Israel, o acordo “esfriou” desde a intensificação do conflito a partir do ataque do Hamas na Faixa de Gaza, em 7 outubro de 2023.