O crime que vitimou Emelly Sena, de 16 anos, grávida de nove meses, na última quarta-feira (12), deixou a população de Cuiabá, especialmente as gestantes e mães, em estado de alerta e medo. A adolescente foi morta por Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, que também retirou a bebê do ventre da vítima.
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O caso, que ganhou repercussão em todo o país, trouxe à tona preocupações sobre segurança e desconfiança em relação a doações e interações sociais.
Maria Eduarda da Silva, 20 anos, autônoma e mãe de um bebê recém-nascido expressou seu temor ao comentar o caso.
“Eu tive minha filha sábado(15) e fiquei sabendo do caso da Emelly. O medo existe muito. É muito triste. É difícil confiar nas pessoas depois do que ocorreu. Aceitar doações, pegar bebê dos outros no colo, tudo vai ficar mais difícil e perigoso”, desabafou.
Maria Eduarda deu a luz nesse sábado (15) e se sente insegurança depois do caso Emelly. (Foto: Reprodução)
Adriana da Silva, cabeleireira e mãe de uma bebê de seis meses, também compartilhou sua angústia.
“Sim, eu fiquei com muito medo. A gente fica com receio de aceitar coisas de outras pessoas. Quando minha filha nasceu, eu já tinha medo de troca de bebês. Agora, depois do que aconteceu com a Emelly, o medo só aumentou. A gente fica com medo até de sair com a filha”, relatou.
O crime ocorreu na região de Cuiabá, e imagens divulgadas pela TV Centro América na sexta-feira (14) mostram Nataly Helen Martins Pereira chegando ao Hospital e Maternidade Santa Helena com o bebê de Emelly horas após o homicídio.
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Relembre o caso
No dia 12 de março, Emelly desapareceu após sair de sua casa, em Várzea Grande, com destino a Cuiabá, onde buscaria roupas doadas para a bebê. No mesmo dia, ao final da tarde, um casal compareceu ao Hospital Santa Helena solicitando uma declaração de nascimento para uma recém-nascida. Eles disseram que o parto havia ocorrido em casa.
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Os médicos solicitaram exames da suposta mãe, que inicialmente recusou, levantando suspeitas. Após insistência, ela realizou os procedimentos, que constataram a ausência de sinais de parto recente, como a produção de leite materno.
O casal foi conduzido à Central de Flagrantes, enquanto a criança permaneceu sob cuidados médicos.
A localização do corpo
Na delegacia, os policiais fizeram o interrogatório do casal. A mulher reafirmou que o parto ocorreu com ela sozinha, na casa do irmão.
Desconfiados, os policiais se dirigiram à casa indicada pela mulher, no bairro Jardim Florianópolis. Nos fundos da propriedade, encontraram um corpo enterrado em uma cova rasa, com as pernas expostas e o abdômen aberto. Imediatamente, foi identificado que o cadáver era Emilly Azevedo.
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Foto: reprodução
Suspeitos e primeiras prisões
Nataly e o namorado, o chef de cozinha Christian Albino Cebalho de Arruda, de 28 anos, foram os primeiros detidos, quando estiveram no hospital, apontados como responsáveis pela morte.
Nataly Helen foi presa por matar adolescente grávida de 16 anos para roubar bebê. (Foto: redes sociais)
Na manhã de quarta-feira, antes da prisão, Christian publicou a foto de um bebê em uma rede social, o que levantou fortes suspeitas de seu envolvimento no crime.
Na residência onde o corpo de Emilly foi encontrado, o irmão de Nataly, Cícero Martins Pereira Júnior, e o cunhado da autora, Alédson Oliveira da Silva, foram presos. Os dois haviam limpado o sangue espalhado pela casa após Nataly informá-los sobre o falso parto natural.
Nataly também usou do sangue de Emilly para fingir que era do seu parto.
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O caso logo começou ganhar repercussão na imprensa e nas redes sociais. Christian ganhou inúmeros seguidores nas redes sociais. Até a publicação desta reportagem, ele já somava mais de 6 mil, apenas no Instagram.
Depoimentos e detalhes do crime
Além dos quatro detidos, outros familiares e amigos, tanto da vítima quanto da autora do crime, foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento.
O pai de Nataly garantiu que ela agiu sozinha e não envolveu outros familiares.
No depoimento, Nataly confessou que assassinou sozinha Emilly. Ela atraiu a jovem com a promessa de doar roupas para a criança que iria nascer. Sem demonstrar arrependimento, a mulher contou com riqueza de detalhes como matou a adolescente.
Segundo o depoimento, Nataly abordou Emilly pelas costas, aplicando um golpe conhecido como “mata-leão” enquanto ela estava sentada em uma cadeira.
Com Emilly desacordada, Nataly usou um fio de internet para amarrá-la e arrastou a vítima até um quarto, onde iniciou a retirada do bebê. A suspeita afirma que acordou a jovem e disse que “iria cuidar da criança”.
A criança foi arrancada de Emilly enquanto ela ainda apresentava sinais vitais.
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Solturas após os depoimentos
O juiz da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, Francisco Ney Gaíva, converteu a prisão de Nataly para preventiva, na sexta-feira (14).
Já o namorado, o irmão e o cunhado de Nataly foram liberados após prestarem os depoimentos. Contudo, a polícia informou que ainda apura se eles tiveram participação no crime.
Velório e repercussão
O velório de Emilly ocorreu na manhã de sexta-feira (14), na Funerária Capelas Jardins, em Cuiabá. Tristeza e revolta marcou o último adeus a jovem.
Família, amigos e colegas carregavam cartazes com frases de ordem justiça.
Nas redes sociais, muitas pessoas também publicaram suas indignações diante do assassinato cruel.
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