Grito de guerra da “banca da PM que cancela CPF” gera polêmica em MS


Grito de guerra durante a formação de 427 novos policiais militares de Mato Grosso do Sul gerou polêmica e debate na sociedade, devido às palavras proferidas pelos, agora, responsáveis pela segurança pública do estado.

No vídeo, os alunos entoam, em grupo, um grito de guerra dizendo: “bate na cara espanca até matar; arranca a cabeça e joga ela pra cá; e o interrogatório é muito fácil de fazer; eu pego vagab**** e bato nele até morrer”, disseram.

Ao final do canto, a tropa diz: “essa daqui, todos conhecem; a banca da PM que cancela CPF”. A gravação rapidamente se espalhou pelas redes sociais e levantou debate entre a população, sobre as falas dos futuros policiais e o papel deles na sociedade.

Nota de repúdio

O Governo de Mato Grosso do Sul, nesta sexta-feira (1), emitiu nota de repúdio quanto ao grito de guerra, alegando que repudia “quaisquer conduta que incentivem a violência”. Além disso, determinou a adoção imediata das providências cabíveis “com rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas”. 

A PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) lamentou o ocorrido e esclareceu que “o episódio consiste em uma manifestação isolada, não representando os valores, princípios e o padrão institucional da corporação. A expressão utilizada não foi criada pela instituição e tampouco faz parte de seus protocolos oficiais. A preparação do efetivo inclui disciplinas voltadas à valorização da vida, respeito às minorias e atuação comunitária”, finalizou.

Da mesma forma se posicionou a DPE-MS (Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul), alegando que as frases proferidas no grito representam “apologia explícita à violência, à tortura e ao extermínio, sendo absolutamente incompatível com a missão constitucional da Polícia Militar, que, conforme consta em seu próprio site institucional, é: ‘Servir e proteger a sociedade de Mato Grosso do Sul promovendo segurança cidadã’”. 

“A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, como instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado (art. 134 da Constituição Federal), tem como missão institucional a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos de forma integral e gratuita, especialmente da população mais vulnerável. Nesse contexto, cabe a este órgão posicionar-se diante de quaisquer práticas que estimulem a violência institucional, a brutalidade policial e a violação sistemática de direitos. Um discurso que naturaliza a violência como instrumento legítimo de ação policial contribui diretamente para a perpetuação da cultura de abusos e violações dentro e fora do sistema penal”, explicou em nota. 

Formatura dos alunos

Na tarde de quinta-feira (31), o Governo do Estado realizou a formatura solene dos 427 novos soldados da Polícia Militar, sendo considerada uma das maiores turmas já concluídas da história. 

Formatura dos novos soldados da Polícia Militar de MS (Foto: divulgação/Governo do Estado/Saul Schramm)

O curso envolvido na polêmica foi conduzido pelo CEFAP (Centro de Ensino, Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar), com início no dia 7 de outubro de 2024 e término previsto para a próxima terça-feira (5). 

Os alunos foram submetidos a 1.554 horas-aula e tiveram na grade de disciplinas assuntos como Criminologia Aplicada à Segurança Pública, Direitos Humanos, Direito Constitucional, entre outros. 



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Casal morre em zona rural de MT após tiro acidental com espingarda, diz polícia

Um casal morreu neste sábado (3), durante uma caçada na zona rural de Poxoréu (MT),…

Agosto tem concursos no serviço público de MT com salários de até R$ 20 mil

Com salários que variam de R$ 1,5 mil a R$ 20 mil, concursos e processos…

Você sabe a ordem certa dos filmes de O Senhor dos Anéis? A gente te explica tudo

O universo de O Senhor dos Anéis é um dos mais grandiosos do cinema. Criado…