O Hezbollah alegou não ter recebido nenhuma proposta de trégua para o Líbano, informou um porta-voz nesta segunda-feira (11), quando o ministro das Relações Exteriores de Israel,Gideon Saar, disse que os esforços diplomáticos haviam progredido e em meio a relatos da mídia israelense de que o gabinete havia aprovado uma proposta de cessar-fogo.
“Até agora, de acordo com minhas informações, nada oficial chegou ao Líbano ou a nós a esse respeito”, relatou o chefe do escritório de mídia do Hezbollah, Mohammad Afif, em entrevista coletiva nos subúrbios do sul de Beirute.
“Acredito que ainda estamos na fase de testar as águas, apresentar ideias iniciais e discussões proativas, mas até agora não há nada de concreto”, acrescentou.
O ministro israelense das Relações Exteriores ainda disse nesta segunda que houve progresso nas negociações sobre o cessar-fogo no Líbano, mas que a aplicação da lei continua sendo o elemento mais importante.
“Há progresso”, expressou Saar durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-fera, acrescentando: “o principal desafio será fazer valer o que foi acordado”.
O jornal de Israel Hayom informou no domingo (10) que houve um progresso substancial nas negociações diplomáticas sobre uma proposta de cessar-fogo no Líbano a qual exigiria que o Hezbollah se retirasse ao norte do rio Litani e impedisse sua presença militar perto da fronteira israelense, enquanto a Forças de Defesa de Israel retornariam à fronteira internacional.
O Yedioth Ahronoth, o jornal israelense mais vendido, informou nesta segunda que Israel e o Líbano trocaram minutas por meio do enviado dos EUA, Amos Hochstein, sinalizando progresso nos esforços para chegar a um acordo final.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.