O suspeito de assassinar a jornalista Vanessa Ricarte no dia 12 de fevereiro, Caio Nascimento, irá a júri popular pelo crime de feminicídio. A denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) foi aceita pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (19).
O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, no entanto, rejeitou as acusações de cárcere privado, violência psicológica e tentativa de homicídio contra o amigo da vítima, que estava com Vanessa no local e hora do crime.
O magistrado afirmou que faltam elementos que comprovem os crimes da denúncia do MP. De acordo com a denúncia, a testemunha, o amigo da vítima, as trancou em um dos quartos da residência de Vanessa, após ela ser esfaqueada. Caio teria tentado arrombar a porta onde ele se abrigava, que, para o MP, caracteriza perseguição e tentativa de homicídio.
Porém, em certo momento, o amigo e o suspeito chegaram a conversar pela janela até Caio ir a outro cômodo da casa e acabou preso. Desta forma, o juiz não observou na denúncia uma descrição de que realmente houve perseguição e que o suspeito não conseguiu golpear com a faca o amigo da vítima, por razões alheias à sua vontade. Ele informa, todavia, que nada impede que, ao longo da instrução processual, as provas possam demonstrar o contrário e o MP ofereça uma denúncia aditiva.
No caso da acusação oferecida de cárcere privado, o juiz indica que não houve detalhamento suficiente, mesma razão apontada para a denúncia de violência psicológica.
Almeida pontua que a peça do MP parece ter “excesso acusatório”, dada a “proporção midiática” do caso. Ele concedeu 10 dias para a defesa de Caio se manifestar. O acusado está preso, aguardando definição da data para o júri popular.
Relembre o caso
A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), morreu na noite do dia 12 de fevereiro, ao ser esfaqueada pelo ex-noivo, o músico, Caio Nascimento.
Ela chegou a denunciar o homem e obteve uma medida horas antes de ser agredida e morta. O suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Militar e foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Vanessa foi atingida por três golpes de faca no tórax. Ela chegou a ser socorrida em estado grave e foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu.