As áreas costeiras ocidentais do Iêmen estão à beira de uma catástrofe devido à desnutrição, disse a agência das Nações Unidas para a infância (Unicef) na terça-feira (25).
“Vimos números de 33% de desnutrição grave e aguda em certas áreas. Especialmente na costa oeste, em Hodeidah, está à beira de uma catástrofe… onde milhares morrerão”, disse Peter Hawkins, da Unicef, a repórteres em Genebra, por meio de um link de vídeo em Sanaa.
Os cortes de ajuda pelos EUA e outros doadores, juntamente com uma grave falta de distribuição de alimentos em 2024, contribuíram para uma situação crítica em algumas áreas.
Uma em cada duas crianças menores de cinco anos está desnutrida no Iêmen, além de 1,4 milhão de mulheres grávidas e lactantes, de acordo com a agência.
“Esta catástrofe não é natural – é causada pelo homem. Mais de uma década de conflito dizimou a economia, a saúde e a infraestrutura do Iêmen. Mais da metade da população depende de ajuda humanitária”, acrescentou Hawkins.
No início deste mês, a Médicos Sem Fronteiras alertou que a desnutrição estava crescendo no Iêmen, com necessidades ultrapassando a capacidade atual de tratamento. Ela apelou por mais apoio após um declínio no financiamento humanitário para o país.
O Unicef apelou por mais US$ 157 milhões para 2025 e diz que seu apelo atual tem apenas 25% de financiamento.
Desde que assumiu o cargo em 20 de janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, interrompeu os programas da USAID por 90 dias, enquanto seu governo analisa se eles estão alinhados com sua política de “América em primeiro lugar”.