A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em abril, o registro definitivo da primeira vacina contra a chikungunya no Brasil. Desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica franco-austríaca Valneva, o imunizante é inédito no país e já havia recebido aval das agências reguladoras dos Estados Unidos (FDA) e Europa (EMA).
A doença, que causa dores articulares intensas e pode levar a complicações crônicas, atingiu 620 mil pessoas no mundo só em 2024, com maior incidência no Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Agora, a vacina surge como uma esperança para frear o avanço do vírus.
Eficácia comprovada e segurança
Testada em 4 mil voluntários nos EUA, a vacina apresentou alta eficácia: 98,9% dos participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes, com proteção robusta por pelo menos seis meses. Os resultados foram publicados na renomada revista The Lancet em 2023.
No Brasil, um estudo com adolescentes mostrou que 100% dos que já tiveram a doença e 98,8% dos não infectados produziram anticorpos após uma dose. A proteção se manteve em 99,1% após meio ano. Os efeitos colaterais foram leves, como dor de cabeça e febre.
Próximos passos: vacina brasileira a caminho?
A versão aprovada agora é a da Valneva, mas o Butantan já está desenvolvendo uma adaptação nacional, com parte da produção no Brasil, para facilitar a incorporação ao SUS. A decisão final dependerá da análise da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) e do Programa Nacional de Imunizações.
O que vem pela frente?
- Análise da versão brasileira pela Anvisa
- Avaliação para inclusão no SUS
- Possível ampliação para outras faixas etárias
Com a aprovação, o Brasil se torna um dos primeiros países do mundo a oferecer uma ferramenta direta contra a chikungunya um alívio para quem sofre com as dores incapacitantes da doença.