Incêndios em Los Angeles: Partículas cancerígenas podem atingir pulmão e sangue


Os potenciais riscos à saúde decorrentes dos incêndios florestais no sul da Califórnia são terríveis – mesmo para aqueles que estão longe do incêndio, segundo Anne Rimoin, professora de epidemiologia da Universidade da Califórnia, à CNN.

“Essas partículas finas podem percorrer longas distâncias”, explicou Rimoin, além de “penetrar profundamente nos pulmões e se tornar um problema real. Pode até entrar na corrente sanguínea”.

A professora diz que essa má qualidade do ar afetará mais gravemente as pessoas com doenças crônicas, as grávidas e os jovens. Ela pediu a todos que, se possível, permaneçam em casa, mantenham as janelas e portas fechadas e liguem os aparelhos de ar condicionado, juntamente com filtros de ar.

“Aqueles que precisam ficar ao ar livre devem usar máscaras N95”, acrescentou.

A qualidade do ar no sul da Califórnia está atingindo um nível “perigoso” – 6 em uma escala de 6 –, de acordo com as últimas informações da IQair.

Mas mesmo com as portas fechadas e os filtros ligados, uma família que fugiu de sua casa em Pasadena afirmou que a fumaça era simplesmente muito densa.

“Não conseguíamos mais respirar”, disse Tony Espinoza, um dos familiares.

“Tínhamos todos os filtros instalados em casa, os filtros HEPA e nada parecia funcionar”, relatou Espinoza à afiliada da CNN KSNV.

Ele fugiu com outros 13 familiares e ficará com parentes em Las Vegas até o fim do incêndio.

“Fizemos as malas para cerca de três dias, apenas. Porque todos nós temos empregos. Temos aluguel para pagar. As contas ainda estão vencidas”, disse ele.

De acordo com um estudo recente publicado na revista Nature Communications, o calor intenso dos incêndios florestais pode transformar metais encontrados naturalmente no solo em partículas transportadas pelo ar causadoras de câncer.

“Na complexa mistura de gases e partículas que os incêndios florestais expelem como fumaça e deixam para trás como poeira, metais pesados ​​como o cromo têm sido amplamente negligenciados” – é o que disse Scott Fendorf, coautor do estudo e professor da Stanford Doerr School of Sustainability , em um comunicado à imprensa em dezembro.



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