Índice de Incerteza Global dispara sob guerra tarifária de Donald Trump


O Índice de Incerteza Global está em alta, impulsionado pelo vai e vem das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. O cálculo, realizado com base nos relatórios da Unidade de Inteligência da revista The Economist, indica a gravidade do cenário: janeiro de 2025 foi o terceiro pior mês do índice nos últimos 17 anos – atrás apenas do início da pandemia de Covid-19 (2020) e da última guerra tarifária de Trump contra a China (2019).

A taxa atual supera o patamar registrado em outras crises de peso, como o colapso da dívida de países europeus (2012) e o plebiscito que levou à saída do Reino Unido da União Europeia (2016).

Ainda que identifique apenas a percepção dos analistas, os impactos da incerteza na economia são palpáveis. Entre eles, o adiamento das decisões de negócio e a falta de previsibilidade no planejamento de curto prazo das empresas.

“A incerteza está justamente porque não sabemos qual o objetivo do Trump. Dado que é certo que ele vai tocar essa política protecionista, o ideal seria ter um tipo de cronograma com tudo estabelecido. Agora, não sabemos qual o próximo alvo, a próxima alíquota. E nem se o que está colocado vai de fato ser implementado”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime.

O presidente Donald Trump discursa durante um evento para assinar a Lei Laken Riley na Casa Branca em Washington, DC, em 29 de janeiro. • Carlos Barria/Reuters

O que Trump quer com as tarifas?

Trump adotou as tarifas alfandegárias como uma ferramenta que promete solucionar diferentes desafios ao mesmo tempo, incluindo o crescente déficit fiscal dos EUA e a retomada da pujança industrial do país. Ao mesmo tempo, o presidente americano usa as taxas como instrumento de pressão diplomática.

Ao perseguir objetivos distintos, o republicano criou diferentes categorias tarifárias.

De um lado, há aquelas que não têm qualquer intenção comercial, como a implementação – e em seguida o recuo – das tarifas sobre o Canadá e o México buscando diminuir o fluxo migratório nas fronteiras dos EUA.

Há também as tarifas que buscam proteger empresas sediadas em território americano, como as impostas horizontalmente sobre o aço e o alumínio produzidos fora dos EUA. E, por último, a promessa de um “tratamento justo” para os aliados comerciais, buscando “retaliar” os países que implementam barreiras maiores do que as da fronteira americana.

Somadas, as tarifas apontam para um cenário global cada vez mais isolado e com cadeias produtivas menos integradas.

No mercado americano, a incerteza somada à ampliação das barreiras derreteu o valor de mercado das empresas negociadas na bolsa.

As companhias que figuram no índice S&P 500, por exemplo, fecharam o pregão desta quinta-feira (13) com um valor de mercado 10% menor do que o observado no início de fevereiro.

O índice da CNN Internacional que mede a percepção dos operadores americanos aponta que o mercado opera sob “medo extremo” desde o início de março.



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