O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) foi acionado pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro. O documento pede a expedição de recomendação ao governo do estado e à prefeitura de Salvador para não contratarem a cantora Claudia Leitte para quaisquer apresentações artísticas.
O protocolo foi feito com base na Constituição da República, que proíbe a contratação de shows musicais que promovam a intolerância religiosa, com base no art. 4º do decreto Nº 10.932.
Essa é a segunda denúncia relacionada ao caso realizada pelo Idafro ao Ministério Público da Bahia (MPBA).
A CNN procurou a assessoria da cantora e aguarda retorno.
O que já aconteceu
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito civil para investigar a cantora Claudia Leitte por uma possível prática de racismo religioso. A investigação foi aberta após a artista alterar a letra de uma música que tradicionalmente homenageia Iemanjá, orixá das religiões de matriz africana, durante uma apresentação.
O caso envolve a alteração da letra da música “Caranguejo”, em que a artista substitui a referência à orixá Yemanjá por “Yeshua”, em alusão a Jesus Cristo, em apresentações. Além do procedimento, o MPBA marcou uma audiência pública sobre o assunto para janeiro e determinou que a cantora se manifestasse sobre os fatos no prazo de 15 dias.
“Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial”, afirmou a cantora na madrugada do dia 30 de dezembro, em coletiva de imprensa antes de seu show no Festival Virada Salvador, realizado na Arena O Canto da Cidade, na orla da Boca do Rio.
“Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem jogá-los ao tribunal da internet. É isso”, concluiu.