O Irã pode expulsar inspetores nucleares da ONU e encerrar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) caso se sinta ameaçado, alertou um conselheiro sênior do líder supremo iraniano. O comentário foi feito poucos dias antes da rodada de negociações com os Estados Unidos prevista para o fim de semana.
A AIEA, encarregada de monitorar as atividades nucleares do Irã, tem repetidamente levantado preocupações sobre os crescentes níveis de enriquecimento de urânio por Teerã, que agora excedem os limites estabelecidos pelo acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA).
O Irã tem negado consistentemente que esteja buscando armas nucleares, afirmando que seu programa é para fins civis.
Ali Shamkhani, um alto funcionário de segurança e assessor próximo do aiatolá Khamenei, emitiu o severo alerta em uma publicação nas redes sociais no X, citando o direito do Irã de tomar “medidas dissuasivas” em meio a supostas “ameaças externas”.
Ele acrescentou que a transferência de materiais nucleares enriquecidos para “locais seguros” também pode ser considerada.
As negociações entre o Irã e os EUA devem começar no sábado (12) em Omã, de acordo com a agência de notícias semioficial iraniana Tasnim. Autoridades da Casa Branca afirmaram no início desta semana que as negociações seriam “diretas”.
O ministro das Relações Exteriores de Omã deverá mediar as discussões, que visam facilitar a comunicação entre os dois adversários. A delegação iraniana será liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, enquanto a equipe americana será chefiada por Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio.
