Ismail Haniyeh, que foi morto em Teerã, de acordo com o Hamas e a mídia iraniana nesta quarta-feira (31), foi um antigo líder político do grupo palestino armado.
A morte do líder político do Hamas é a “primeira operação israelense mais significativa desde 7 de outubro”, disse o analista político e de política externa da CNN, Barak Ravid.
Os militares israelenses disseram à CNN que “não respondem a reportagens da mídia estrangeira”, depois que a mídia estatal iraniana noticiou a morte de Haniyeh.
Embora Haniyeh não seja militarmente significativo, ele é responsável pelas relações internacionais do grupo e é o principal interlocutor com os mediadores egípcios e catarianos no acordo de reféns e cessar-fogo em Gaza, disse Ravid.
“Seu assassinato terá influência significativa nessas negociações”, disse ele.
O governo israelense vê Haniyeh como um dos responsáveis pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, de acordo com Ravid, e as autoridades israelenses prometeram caçar os responsáveis pelo ataque de 10 meses atrás, que agora envolveu o Oriente Médio em conflito.
“Este assassinato é, de certa forma, apenas uma questão de quando, não uma questão de se”, disse Ravid.
O homem de 62 anos nasceu em um campo de refugiados perto da Cidade de Gaza e se juntou ao Hamas no final da década de 1980, durante a Primeira Intifada, ou revolta.
À medida que o Hamas crescia em poder, Haniyeh subia na hierarquia, sendo nomeado parte de uma “liderança coletiva” secreta em 2004 e, em seguida, nomeado primeiro-ministro da Autoridade Palestina em 2006.
Em 2017, ele se tornou chefe do grupo — e foi nomeado um “terrorista global especialmente designado” pelos Estados Unidos logo depois.
Ao longo dos anos, ele participou de negociações de paz com o ex- presidente dos EUA Jimmy Carter e se encontrou com outros líderes mundiais, incluindo o emir do Catar, xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, e o diplomata chinês Wang Kejian no início deste ano.
Em abril, ataques aéreos israelenses mataram três filhos de Haniyeh e quatro netos, de acordo com o Hamas.
Na época, Haniyeh – que estava baseado no Catar – insistiu que suas mortes não afetariam as negociações de cessar-fogo e de reféns em andamento.
“Quem pensa que atacar meus filhos durante as negociações e antes de um acordo ser fechado forçará o Hamas a recuar em suas exigências está delirando”, disse ele.
(Com informações de Kathleen Magramo, da CNN)
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