Israel avisa que mais ataques aéreos estão por vir após fim de trégua


Israel alertou que os ataques aéreos que mataram mais de 400 pessoas em Gaza nesta terça-feira (18) são “apenas o começo” da ofensiva israelense. A série de bombardeios veio após cerca de dois meses de cessar-fogo.

Israel e o grupo palestino Hamas se acusaram mutuamente de violar a trégua. O Hamas acusou Israel de prejudicar os esforços dos mediadores para negociar um acordo permanente para pôr fim aos combates, mas o grupo não fez nenhuma ameaça de retaliação.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que ordenou os ataques porque o Hamas havia rejeitado propostas para garantir a extensão do cessar-fogo.

Netanyahu pediu aos habitantes de Gaza que saíssem do caminho do perigo e se mudassem para áreas mais seguras, culpando o Hamas por todas as mortes de civis.

“De agora em diante, Israel agirá contra o Hamas com força crescente. E, de agora em diante, as negociações só ocorrerão sob fogo”, disse ele, falando da base militar de Kirya, em Tel Aviv.

“O Hamas já sentiu o golpe nas últimas 24 horas. E eu quero lhes assegurar: Isso é apenas o começo.”

Os ataques atingiram casas e acampamentos de tendas do norte ao sul da Faixa de Gaza. Testemunhas disseram que um avião israelense disparou mísseis contra a Cidade de Gaza no final desta terça-feira (18).

Tanques israelenses bombardearam do outro lado da fronteira, segundo testemunhas. As autoridades de saúde palestinas disseram que 408 pessoas foram mortas, um dos dias mais mortais do conflito.

“Foi uma noite de inferno. Parecia os primeiros dias da guerra”, disse Rabiha Jamal, de 65 anos, mãe de cinco filhos, da Cidade de Gaza.

O Egito e o Catar, mediadores do acordo juntamente com os EUA, condenaram o ataque israelense, enquanto a União Europeia disse em um comunicado que lamentava a quebra do cessar-fogo.

O coordenador de ajuda emergencial da ONU, Tom Fletcher, disse que os “ganhos modestos” obtidos durante o cessar-fogo foram destruídos.

Israel tem impedido o fornecimento de ajuda a Gaza por mais de duas semanas, agravando a crise humanitária.

No entanto, Dorothy Shea, embaixadora interina dos EUA na Organização das Nações Unidas, disse que a culpa pela retomada das hostilidades em Gaza “recai exclusivamente sobre o Hamas” e expressou apoio a Israel em suas próximas medidas.

“O Hamas poderia ter libertado reféns para estender o cessar-fogo, mas, em vez disso, optou pela recusa e pela guerra”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Brian Hughes.



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