Israel bombardeia Gaza enquanto negociações de cessar-fogo avançam


Mediadores dos EUA e árabes estão trabalhando 24 horas por dia para chegar a um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, disseram fontes próximas às negociações, enquanto na Faixa de Gaza médicos afirmam que ataques israelenses mataram 41 palestinos nesta quinta-feira (19).

A tentativa das negociações em curso no Egito e no Catar é de concluir um acordo para interromper a guerra que já se arrasta por 14 meses no território controlado pelo Hamas, que incluiria a libertação de reféns israelenses e de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Segundo as fontes, os países mediadores conseguiram preencher algumas lacunas em pontos de discórdia anteriores, mas as diferenças permanecem.

Ao mesmo tempo, em Gaza, médicos afirmam que pelo menos 13 palestinos foram mortos durante a noite em ataques aéreos israelenses separados, incluindo duas casas na Cidade de Gaza e um campo de refugiados central.

Um ataque aéreo israelense matou nove pessoas perto do campo de refugiados de Beach, enquanto outro matou outras quatro pessoas em um conjunto habitacional perto de Beit Lahiya, no norte. Não houve comentários das forças israelenses.

Mais tarde no mesmo dia, mais ataques mataram pelo menos 15 palestinos em dois abrigos de Tuffah, no leste da cidade de Gaza, onde estavam famílias deslocadas.

Já os militares de Israel dizem que atacaram militantes do Hamas nas escolas Al-Karama e Sha’ban, em Tuffah, ocupadas pelo grupo como centros de comando.

Moradores de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, onde o exército opera desde outubro, disseram que as forças explodiram grupos de casas durante a noite.

“Quanto mais durarem essas negociações, mais destruição e morte ocorrerão em Gaza. Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya estão sendo exterminados, Rafah também”, disse Adel, de 60 anos, residente de Jabalia e que agora está deslocado na cidade de Gaza.

Um relatório publicado pelos Médicos Sem Fronteiras nesta quinta (19) registra que há sinais claros de limpeza étnica na ofensiva de Israel, à medida que os palestinos são deslocados à força e bombardeados em seguida.

“Os sinais de limpeza étnica e a devastação contínua – incluindo assassinatos em massa, graves lesões físicas e mentais, deslocamentos forçados e condições de vida impossíveis para os palestinos sitiados e bombardeados – são inegáveis”, disse o chefe do grupo de ajuda, Christopher Lockyear, no relatório.

“Palestinos foram mortos em suas casas e em leitos de hospitais… As pessoas não conseguem encontrar nem mesmo as necessidades mais básicas, como comida, água potável, remédios e sabão em meio a um cerco e bloqueio punitivos”, disse a organização.

Não houve comentários imediatos de Israel sobre o relatório, mas Israel já havia negado a limpeza étnica e diz que a sua campanha visa eliminar o Hamas e impedir que este se reagrupe.

Israel acusa o grupo militante de explorar a infraestrutura civil e a população como escudo humano. O Hamas nega.

O cabo de guerra do cessar-fogo

Fontes próximas à mediação pelo cessar-fogo disseram que o Hamas pressionou por um acordo de pacote único, mas Israel queria um acordo em fases. As reuniões se centram na primeira fase da libertação de reféns, vivos ou mortos, bem como de vários palestinianos presos por Israel.

Na terça-feira (17), as partes discutiram os números e as categorias a serem divulgados, “mas as coisas ainda não foram finalizadas”, afirmou uma fonte anônima, devido à delicadeza das negociações.

A fonte disse que uma questão era a exigência de Israel de manter o direito de agir contra qualquer possível ameaça militar de Gaza e o estacionamento de forças israelenses durante as fases do acordo.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse no mesmo dia que Israel terá o controle de segurança sobre Gaza com total liberdade de ação após derrotar o Hamas.



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