O Oriente Médio está se preparando para a resposta de Israel ao ataque de mísseis balísticos do Irã no início desta semana. Enquanto isso, Israel continua uma ofensiva de bombardeios aéreos e incursão terrestre no Líbano.
Pelo menos 37 pessoas foram mortas e 151 ficaram feridas por ataques israelenses no Líbano nesta quinta-feira (3), disse o Ministério da Saúde libanês.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) prometeram continuar a atacar alvos do Hezbollah em Beirute, no vale de Bekaa e no sul do Líbano.
Cerca de 100 projéteis foram lançados do Líbano para Israel, disseram os militares israelenses.
Confira o que se sabe até então:
Ataques no Líbano
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que atingiram cerca de 200 alvos do Hezbollah, incluindo locais de infraestrutura, instalações de armazenamento de armas e postos de observação.
Três ataques aéreos israelenses também atingiram os subúrbios ao sul de Beirute nesta quinta-feira, informou a mídia estatal libanesa. A IDF disse que atingiu a sede da inteligência do Hezbollah.
A IDF também pediu aos moradores de vários prédios em um subúrbio ao sul de Beirute que se retirassem antes que uma equipe da CNN ouvisse várias explosões na cidade.
Escala dos ataques
Um especialista em guerra aérea disse à CNN que a campanha aérea de Israel no Líbano está sendo conduzida em uma intensidade comparável apenas às primeiras semanas de seu bombardeio em Gaza no ano passado.
Mais de 1.300 pessoas foram mortas e um milhão de outras foram deslocadas em menos de três semanas, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. Uma agência humanitária disse que os abrigos do país estão lotados.
Incursão terrestre
O Hezbollah disse que repeliu uma tentativa das forças israelenses de avançar na fronteira libanesa disparando artilharia contra os soldados de Israel. O exército israelense emitiu ordens de retirada para mais 25 vilas no sul do Líbano.
Isso eleva o total para 76 vilas que receberam os avisos. O Departamento de Estado dos EUA disse que não está claro quanto tempo as ações militares terrestres durarão.
Resposta israelense
Os EUA não acreditam que Israel tenha tomado uma decisão sobre como responder ao ataque de mísseis balísticos do Irã, de acordo com um funcionário familiarizado com o assunto.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse anteriormente que “estamos em discussões” sobre a possibilidade de Israel atacar as reservas de petróleo do Irã. Ele disse anteriormente que não apoia um ataque israelense a instalações nucleares iranianas.
Cisjordânia
Pelo menos 18 pessoas foram mortas em um ataque israelense ao campo de refugiados de Tulkarem na Cisjordânia ocupada, disse o Ministério da Saúde palestino.
A IDF disse que o ataque matou o líder da rede Hamas junto com outros integrantes locais do grupo.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.