Israel mata líder da ala militar do Hamas no Líbano em ataque aéreo

CNN Brasil


Um líder da ala militar do Hamas no Líbano foi morto em um raro ataque aéreo israelense perto da cidade libanesa ao norte do país, Trípoli.

Em uma declaração conjunta, as Forças de Defesa de Israel e a agência de inteligência israelense Shin Bet disseram que mataram Saeed Atallah Ali, “um membro sênior da Ala Militar do Hamas no Líbano”, que eles alegaram “realizar ataques terroristas contra alvos israelenses e trabalhar para recrutar agentes do Hamas dentro do Líbano”.

Acredita-se que a segunda maior cidade do Líbano, Trípoli, não tenha sido alvo desde o conflito de 2006 entre o Hezbollah e Israel. Os ataques de Israel se concentraram principalmente no sul do país e em redutos do Hezbollah no sul de Beirute.

O Hamas confirmou a morte de Atallah Ali, que descreveu como um líder do ramo libanês da ala militar, as Brigadas Al-Qassam.

Em uma declaração, o grupo disse que Atallah Ali foi morto por “bombardeio sionista traiçoeiro que teve como alvo sua casa no campo de refugiados de Beddawi” perto de Trípoli. A esposa e duas filhas de Ali também foram mortas no bombardeio, disse a declaração.

O campo de refugiados de Beddawi, está localizado em uma colina a 5 quilômetros a nordeste de Trípoli. Imagens da cena mostraram os danos sofridos no prédio de apartamentos alvo do ataque.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim do conflito. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel



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