Israel rejeitou neste sábado (9) o alerta de um grupo de especialistas globais em segurança alimentar sobre a situação da fome em partes do norte de Gaza – onde a guerra contra o Hamas é mais intensa.
“Infelizmente, os investigadores continuam confiando em dados parciais e tendenciosos e em fontes superficiais com interesses próprios”, declararam os militares em um comunicado.
O Comitê Independente de Revisão da Fome (FRC, do inglês Famine Review Committee) informou na sexta-feira (8), em um raro alerta, que há uma forte probabilidade de fome iminente em partes do norte de Gaza, sendo necessária uma ação imediata das partes em conflito para amenizar a situação.
O Exército de Israel alegou que aumentou os esforços de ajuda, incluindo a abertura de uma passagem adicional na sexta.
Nos últimos dois meses, 39 mil caminhões transportando mais de 840 mil toneladas de alimentos entraram em Gaza, argumentou o Exército; militares também afirmaram que estavam realizando reuniões diárias com a ONU, que tinha 700 caminhões de ajuda aguardando distribuição.
Com críticas à situação no norte de Gaza, o principal aliado de Israel, os Estados Unidos, estabeleceu um prazo de alguns dias para a situação humanitária melhorar – ou, então, irá impor potenciais restrições de cooperação militar.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo mantém dezenas de reféns.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
Com informações da CNN e da Reuters
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