A jovem que morreu após tomar um milkshake envenenado já tinha medidas protetivas que proibiam o contato do ex-namorado, que é o principal suspeito pelo crime. Deivid Nascimento Santana foi preso na casa de um amigo em Rio das Pedras, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A prisão do suspeito foi realizada pela Delegacia de Maricá, que investiga o caso, na noite desta terça-feira (6).
Vitória da Conceição Pereira, de 23 anos, também teria sido estuprada, no domingo (4), mesmo dia em que foi envenenada. Ela já tinha denunciado que Deivid a estava perseguindo.
No último dia 28, Deivid invadiu a casa da mulher com uma faca. Na ocasião, ela estava com o atual namorado, Lucas, que foi agredido e ficou superficialmente ferido por um golpe de faca. O caso foi registrado em delegacia pelos dois mas, posteriormente, quando Lucas foi prestar depoimento sozinho, mudou a versão.
Ele disse à Polícia Civil que estava embriagado no dia e que não se lembrava como tinha acordado ferido. Mesmo assim, após o episódio, as medidas protetivas foram concedidas.
O delegado Bruno Gilaberte, responsável pelo caso, afirmou que Deivid mentiu sobre a localização ao ser informado sobre as medidas.
“Antes do feminicídio ele não tinha sido encontrado pra que fosse intimado pelo oficial de justiça. O oficial esteve em alguns endereços dele e não o encontrou. Mas na delegacia nós conseguimos entrar em contato com ele por telefone e mandamos as medidas protetivas por PDF pra ele tomar ciência. Ele tomou ciência dessas medidas protetivas, e naquela ocasião ele mentiu e disse que estava em Salvador”, contou o delegado.
Segundo a advogada da família da vítima, Ingrid Menendes, Deivid fez amizade com um comerciante usando outro nome. Ele disse que era apaixonado pela esposa e que queria fazer uma surpresa para pedi-la em casamento. Dessa forma, Deivid convenceu o comerciante a contratar os serviços da jovem, que era faxineira. Chegando ao apartamento pra fazer a faxina, a mulher foi recebida por outro homem que seria o dono do apartamento. Foi ele que, segundo a advogada, entregou o milkshake que Deivid comprou.
Vitória chegou a ser levada para o hospital, mas sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu. O corpo foi enterrado na segunda-feira (5).
A delegacia de Maricá investiga o caso. A perícia agora analisa o conteúdo do milkshake para descobrir qual veneno foi utilizado na bebida.
Compartilhe: