A estudante de engenharia Yasmin Farias Cardozo, de 27 anos, vítima de feminicídio em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, será enterrada em Alto Araguaia (426 km da capital), cidade natal. A jovem morta a facadas pelo ex-namorado, José Cícero Feitosa da Silva, chegou acionar o botão de pânico.
A Unemat, onde Yasmin cursava o último ano de engenharia civil, decretou luto oficial de três dias e suspendeu as atividades pedagógicas no núcleo de Rondonópolis.
Invasão e crime brutal
José Cícero, de 35 anos, não aceitava o fim do relacionamento e já havia ameaçado Yasmin, que registrou um boletim de ocorrência no início de março.
Na noite do crime, ele amarrou uma fita no padrão de energia, escalou o muro e entrou na casa pelo telhado. Assim que percebeu a invasão, Yasmin acionou o botão do pânico, mas, antes que a polícia chegasse, foi esfaqueada até a morte. O assassino tirou a própria vida na área de serviço do imóvel.
Yasmin possuía uma medida protetiva e acesso ao aplicativo “SOS Mulher Mato Grosso”, que permite acionar ajuda rapidamente em casos de emergência. No entanto, a ação rápida do agressor impediu que a jovem fosse socorrida a tempo.
Feminicídios em Mato Grosso
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, 46 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado em 2023. Em 2024, o número subiu para 47. Somente neste ano, incluindo Yasmin, já são seis mulheres assassinadas por ex-companheiros ou parceiros no estado.
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