juíza autoriza buscas na Rotam e perícia em celulares de PMs presos


A Justiça autorizou busca e apreensão no Batalhão da Rotam (Ronda Ostensiva Tático Móvel), em Cuiabá, como parte da investigação sobre o assassinato do advogado Renato Nery, em 2024.

A decisão, assinada pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), também determinou a quebra de sigilo telefônico e uma nova prisão temporária de quatro policiais militares suspeitos de envolvimento no crime.

Fachada do batalhão da Rotam, em Cuiabá. Foto: captura de tela/Google Street View

A magistrada autorizou a quebra do sigilo telefônico dos militares e decretou nova prisão temporária deles por suposta fraude referente à arma utilizada no crime.

Os militares envolvidos são Leandro Cardoso, Wailson Alesandro Medeiros Ramos, Jorge Rodrigo Martins e Wercerlley Benevides de Oliveira, assim como pela busca e apreensão nas casas deles, e na Rotam, e quebra de sigilo de dados telefônicos.

Os policiais foram presos durante a Operação Office Crimes: A Outra Face, deflagrada no dia 6 de março, pela Polícia Civil. Ao total, 6 pessoas foram presas, sendo 5 policiais e um caseiro que foi localizado em uma propriedade do bairro Capão Grande, em Várzea Grande.

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O laudo pericial atestou que as munições utilizadas no homicídio do advogado Renato Nery pertencem à Polícia Militar.

A suspeita é que os policiais forjaram um susposto confronto pra implantar a arma usada pra matar Renato Nery. O inquérito está em sigilo.

A juíza também determinou o acionamento da Corregedoria-Geral da Polícia Militar para acompanhar as investigações nas dependências da ROTAM e também para fornecer informações necessárias.

“Deverá ser observada a estrita colheita das informações indicadas na representação e de elementos de provas que guardem relação direta com os fatos investigados”.

Cabe destacar que, foi determinado na terça-feira (18), a Justiça já tinha decretado novas prisões preventivas contra os policiais pelos crimes de homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de arma e fraude processual.

Leia mais: PMs presos por morte de advogado em Cuiabá têm novas prisões decretadas

O caso

O advogado Renato Nery, de 72 anos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), morreu após ter sido baleado sete vezes na manhã do dia 6 de julho de 2024, quando chegava ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no bairro Areão, em Cuiabá.

Advogado Renato Nery foi alvo de atentado e morreu em julho na capital. (Foto: Reprodução)(Foto: Reprodução)
Advogado Renato Nery foi alvo de atentado e morreu no início do mês em Cuiabá. (Foto: Reprodução)

Imagens de câmeras de segurança mostraram que um homem já o aguardava e, ao vê-lo, efetuou os disparos antes de fugir em uma motocicleta vermelha. Nery foi socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

Motivação e investigações

As investigações da DHPP apontam que o crime pode estar relacionado a disputas territoriais envolvendo áreas de alto valor imobiliário em Mato Grosso. Renato Nery era conhecido por atuar em casos de regularização fundiária e disputas de propriedades, o que pode tê-lo tornado alvo de interesses econômicos.

A operação desta quinta-feira representa uma nova fase da investigação e, segundo a Polícia Civil, busca aprofundar o envolvimento dos suspeitos e esclarecer a motivação completa do crime.

  1. Justiça mantém presos policiais e caseiro investigados pelo assassinato do advogado Renato Nery





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