Justiça do RS torna réu médico suspeito de matar esposa com sorvete envenenado

CNN Brasil


A Justiça do Rio Grande do Sul tornou réu o médico André Lorscheitter Baptista, que é suspeito de ter matado a própria esposa após dar a ela um sorvete envenenado, e está preso desde o último dia 29 de outubro. O caso acontece em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre (RS).

O Ministério Público havia denunciado Lorscheitter pelos crimes de feminicídio e fraude processual, a qual foi apreciada e aceito pelo juiz Direito Diogo de Souza Mazzucatto Esteves, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas.

O médico André Lorscheitter Baptista, preso por suspeita de matar a mulher com sorvete envenenado • Reprodução/redes sociais

Ao receber a denúncia, o magistrado arquivou o inquérito policial em relação ao crime de furto contra o médico e em relação aos outros três indiciados que eram apontados na investigação como possíveis autores do delito de alteração de local dos fatos.

O crime de feminicídio será julgado com agravantes como a vítima ser mãe de uma criança (filha do réu); menosprezo ou discriminação à condição de mulher; emprego de meio insidioso e veneno e mediante recurso que dificultou a defesa da ofendida.

Sorvete envenenado • Reprodução

Segundo a denúncia, o homem teria passado à vítima medicamentos que provocaram a morte dela por parada cardiorrespiratória decorrente de intoxicação.

O réu, agora, será citado para apresentar uma resposta à acusação, e logo após, será designado a audiência de instrução e julgamento.

Modificação de cena do crime

O médico André Lorscheitter Baptista, de 50 anos, suspeito de matar a própria esposa envenenada com um sorvete, modificou a cena do crime, juntamente o motorista da ambulância e o enfermeiro que atenderam a ocorrência, segundo informou o delegado da Polícia Civil, Arthur Reguse.

“O que eles fizeram foi modificar o corpo de lugar, eles modificaram a cena do crime, tanto o médico, quanto o condutor da ambulância e o enfermeiro, os três movimentaram o corpo da mulher de lugar”, disse.

O caso aconteceu no final de outubro, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. A polícia acredita na versão de que o médico tenha envenenado Patrícia Rosa dos Santos e, depois, aplicado medicação restrita desviada do Sistema Único de Saúde (SUS). Lorscheitter foi preso no dia 29 de outubro, enquanto saia do condomínio onde mora.

Veja:

“Caso de Netflix”, diz delegado

Responsável pela investigação do caso, o delegado Rafael Pereira, do Departamento de Homicídios do Rio Grande do Sul, tratou a situação como “caso de cinema” e “caso de Netflix”.

No local onde estava o corpo de Patrícia, a polícia encontrou um pote de sorvete, já foi submetido a perícia. Além da imagem que mostra um comprimido no líquido, o laudo aponta a presença de Zolpidem, medicamento controlado utilizado para induzir o sono profundo.

“A principal hipótese é de que ele colocou zolpidem no sorvete. Ele induziu ela ao sono profundo e se aproveitou disso para injetar midazolam e sustrate nos pés da esposa”, explicou.

Remédios encontrados pela polícia • Reprodução

As medicações injetadas nos pés também são de uso restrito. Segundo o delegado, André desviou os medicamentos da Samu e fez a aplicação nos pés de Patrícia de forma planejada. “Ele injetou nos pés já que, provavelmente, que se ele injetasse no braço, não conseguiria o atestado de morte natural”.

Segundo a polícia, o médico forjou um infarto como causa da morte.

Patrícia Rosa dos Santos tinha 41 anos e trabalhava como enfermeira. Ela tinha um filho de 2 anos com Baptista.

*Sosb supervisão



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