O Governo de Mato Grosso transferiu um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, nesta quinta-feira (6). Leonardo dos Santos Pires, de 34 anos, conhecido como “Sapateiro ou Maresias”, estava detido no raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, de onde comandava ações criminosas.
O criminosos ficará na mesma unidade que Fernandinho Beira-Mar, apontado como líder do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, que foi transferido para a unidade federal de Catanduvas em março de 2024. Beira-Mar responde por assalto, homicídio, tráfico de armas e drogas e cumpre pena de 309 anos e 2 meses de prisão.
Leonardo acumula mais de 245 anos em condenações por dezenas de delitos graves, incluindo o homicídio de uma mulher grávida.
Ele foi escoltado por equipes da Polícia Penal ao Aeroporto Marechal Rondon, onde foi embarcado em uma aeronave comercial.
Crimes e penas
Leonardo Pires foi investigado em inquéritos da Polícia Civil, a maior parte deles em Sinop, onde ordenou diversos homicídios.
Na investigação mais recente, ele foi alvo da Operação Follow the Money, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop, que apurou a atuação de uma facção criminosa na lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
Grávida morta
Um dos crimes ordenados por Leonardo Pires foi o homicídio que vitimou Marina Azevedo Campos, de 17 anos, e o companheiro dela, Guilherme Felipe Oliveira de Moura, 22 anos. O crime ocorreu em julho de 2022, também em Sinop.
Conforme a investigação da Polícia Civil, o alvo era Guilherme, mas Marina também acabou morta. Pelos homicídios do casal, Leonardo Pires foi condenado a 42 anos de reclusão.
Outro crime de repercussão, também ordenado por “Sapateiro”, foi o assassinato do jogador de futebol Willian Sant’Ana, em setembro de 2021. A vítima teve a residência invadida por cinco criminosos armados.
O corpo de Willian foi encontrado pela Polícia Militar nas proximidades da BR-163, em uma área de mata de difícil acesso. Willian foi executado depois de ter a morte decretada por uma facção criminosa, supostamente por ser apontado como autor de um estupro, fato que não foi comprovado na investigação.
Cinco executores e o mandante foram identificados nas investigações da Polícia Civil. Em novembro de 2023, o grupo foi julgado na Comarca de Sinop e recebeu penas que somam 122 anos de pena. Leonardo Pires teve a maior condenação, de 40 anos de reclusão.
A primeira prisão de Leonardo ocorreu em Lucas do Rio Verde, por um roubo ocorrido na cidade.
