O professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, causou uma “autêntica salada ideológica” na América Latina ao expulsar embaixadores de sete países – Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
De acordo com Trevisan, a ação de Maduro atingiu um espectro variado de governos e evidencia as complexas dinâmicas diplomáticas na região.
“Ele expulsou tanto países que estavam mais à direita, quanto aqueles que se encaixam mais à esquerda. Maduro também baniu a Costa Rica, que é um país absolutamente estável, que podemos enquadrar como social democrático, e expulsou o Chile, que consiste em um socialismo democrático”, explicou o especialista.
Mensagem clara de Maduro
Apesar da aparente incoerência ideológica nas expulsões, o professor ressalta que o objetivo de Nicolás Maduro é justamente enviar uma mensagem inequívoca: “Não se metam com a Venezuela”. A medida demonstra a postura defensiva do governo venezuelano em relação a interferências externas.
A decisão de Maduro tem potencial para causar mudanças nas relações diplomáticas dentro da América Latina. Trevisan destaca que a questão venezuelana está provocando “cisões” e “mudanças relevantes” no cenário político regional, o que pode ter implicações de longo prazo para a estabilidade e cooperação entre os países do continente.
Para o professor, o episódio ressalta a complexidade das relações internacionais na América Latina e o papel central que a Venezuela continua a desempenhar nos debates sobre democracia, soberania e cooperação regional.
Compartilhe: