Suellen de Alencastro Arruda, mãe da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, continua internada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ela sobreviveu ao ataque brutal ocorrido no dia 22 de abril, em Cuiabá, e segue em recuperação física e emocional, conforme nota divulgada pela defesa da família nesta quarta-feira (24).
Segundo a defesa, Suellen deixou a unidade médica apenas para participar do funeral da filha e, em seguida, retornou ao tratamento hospitalar. Ela está emocionalmente abalada e sem condições físicas ou psíquicas de prestar depoimento à polícia neste momento.
O principal suspeito do crime é o ex-servidor público Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, padrasto da vítima. Ele foi preso e teve a prisão convertida em preventiva, assim como seu filho, Gustavo Benedito Júnior Lara de Santana, de 18 anos. Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, também foram apreendidos.
Segundo a investigação da Polícia Civil, Benedito arquitetou o assassinato com o apoio do filho e dos dois adolescentes. O grupo teria se passado por assaltantes para disfarçar a execução. Heloysa foi estrangulada com um cabo de celular e teve o corpo jogado em um poço de cerca de nove metros de profundidade no bairro Ribeirão do Lipa. Objetos roubados da casa também foram encontrados no local.
A polícia aponta que o plano original era matar Suellen e a filha. Heloysa foi morta antes da chegada da mãe à casa da família, no bairro Morada do Ouro. Quando Suellen chegou ao local, acompanhada de uma amiga e de um bebê, foi rendida e agredida com extrema violência. Ela foi socorrida e levada à UPA do bairro Jardim Leblon, onde foi informada da morte da filha.
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, prestou assistência direta à vítima sobrevivente, acompanhando-a na unidade de saúde até as 4h da manhã. Segundo ele, Suellen estava com o rosto machucado, não conseguia andar e resistia a deixar o local do crime. O próprio padrasto chegou a acompanhá-la até a UPA antes de ser identificado como um dos envolvidos.
Em depoimento, Benedito alegou que sua intenção era apenas “dar um susto” na companheira, negando ter combinado agressões ou homicídio com os demais envolvidos. A defesa de Suellen classificou como absurda e infundada a acusação feita por ele de que ela teria mandado matar a filha por sua orientação sexual.
“As confissões gravadas do próprio réu e de seu filho — já amplamente divulgadas pela imprensa — falam por si”, diz a nota assinada pela advogada Renata Cristaldo da Silva Alencastro.
A família pediu respeito à dor dos envolvidos e confiança no trabalho da Polícia Civil, da Politec e das forças de segurança. O caso é investigado como feminicídio consumado, roubo majorado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Crime premeditado
As investigações apontam que o feminicídio de Heloysa foi premeditado por Benedito, com apoio do filho, Gustavo Benedito Júnior, de 18 anos, e de dois adolescentes, de 16 e 17 anos. O grupo teria se passado por assaltantes para disfarçar a execução e agrediu também a mãe da vítima, que sobreviveu
Heloysa foi morta por estrangulamento com um cabo de celular e teve o corpo jogado em um poço de aproximadamente nove metros de profundidade em uma área de mata no bairro Ribeirão do Lipa, onde também foram localizados itens roubados da casa.
A simulação de um roubo com sequestro mobilizou equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e do Bope, que em menos de 24 horas prenderam ou apreenderam todos os envolvidos.
Segundo a polícia, o crime teria como motivação principal a vontade do padrasto de matar tanto a enteada quanto a companheira, que acabou sendo poupada após intervenção de uma amiga que estava com um bebê.
O caso é tratado como feminicídio consumado, roubo majorado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
A Justiça converteu nesta quinta-feira (24) as prisões em flagrante de Benedito e do filho para prisão preventiva.
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