De janeiro a outubro deste ano, 111 pessoas morreram afogadas em Mato Grosso, segundo dados da Sesp-MT (Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso) em parceria com as polícias Civil e Militar, obtidos pelo Primeira Página.
O número se aproxima do registrado entre janeiro e dezembro do ano passado, quando 125 pessoas morreram vítimas de afogamentos em rios, lagos ou piscinas no estado.
Ocorrências de afogamentos
Nos 10 meses deste ano, 38 casos de afogamentos foram atendidos por equipes do Corpo de Bombeiros nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Sorriso, Sinop e Rondonópolis, a 218 km da Capital.
Só em Cuiabá, os bombeiros atenderam 19 ocorrências de afogamentos entre os meses citados acima. Abril foi o mês com mais casos na capital, somando cinco.
Apesar disso, o número é menor se comparado aos registros do mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 24 casos na cidade. Vale lembrar que esses números não se referem a casos de mortes.
Nas demais cidades, o levantamento mostra que foram 8 ocorrências em Sorriso, 6 em Sinop, outras 3 em Rondonópolis e 2 em Várzea Grande, no período.
Mortes por afogamentos em MT
Em setembro deste ano, o adolescente Luiz Felipe Cebalho Oliveira, de 17 anos, foi encontrado por mergulhadores após ter se afogado no Rio Cuiabá. Segundo o delegado Nilson Farias, ele teria ido a uma festa com amigos e ingerido bebidas alcoólicas. Depois, foram nadar no rio, nas imediações do bairro Coophamil, na capital, quando Luiz se afogou.
Ainda em setembro, o influencer digital Igor Anton, de 23 anos, também morreu afogado, após uma pescaria no rio Teles Pires em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
Outro caso foi o de Silval Lemes, de 67 anos, que morreu após se cair no Rio Teles Pires e se afoga, em Itaúba, a 599 km de Cuiabá. O caso aconteceu durante um passeio a um balneário na cidade.
Uma bebê de apenas 1 ano e 4 meses, identificada como Débora Silva Medeiros, também esteve entre os casos de morte. Em janeiro deste ano, ela teria caído em uma piscina e se afogado, no bairro Jardim dos Estados, em Várzea Grande.
Como evitar?
Os casos de afogamento podem ser explicados pelo fato de que Mato Grosso é uma terra rica em belezas naturais e a procura por locais de banho é sempre grande, devido ao intenso calor nas regiões, como explica o major Emerson Henrique dos Anjos Acendino, do Corpo de Bombeiros.
A principal dica do major para evitar um afogamento é fazer a vistoria prévia do local onde você pretende banhar. Seja em cachoeiras, piscinas ou lagos, é de extrema importância buscar conhecer a área – os pontos de perigo, os espaços de maior profundidade ou de riscos de queda, e as correntezas.
O cuidado com os pequenos sempre deve ser dobrado e eles jamais devem estar nas proximidades das águas sem a companhia de um adulto, como reforça o major.
Os afogamentos infantis podem ocorrer até mesmo em locais com pequenas quantidades de água, como em baldes ou banheiras e, por isso, a necessidade de cuidado.
É muito comum ver grupos de pessoas que se reúnem em cachoeiras ou rios para se refrescarem, ingerindo bebidas alcoólicas.
Esse comportamento, segundo o major, pode causar um afogamento, já que os reflexos e a capacidade de raciocínio rápido em casos de perigo ficam prejudicados pela ação do álcool no corpo da pessoa.
Muitas vezes, a diversão nos locais de banho também pode levar a brincadeiras perigosas, como pular de cachoeiras ou fazer manobras nas beiras de piscinas ou rios – ações que podem levar à morte, segundo o Corpo de Bombeiros.
É comum que, em casos de afogamentos, pessoas que estejam por perto tentem salvar a vítima. Porém, como explica o major do Corpo de Bombeiros, essa atitude deve ser cercada por cuidados, evitando que outra pessoa, além da vítima, também se afogue.
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