A Malásia concordou em retomar a busca pelos destroços do voo MH370 desaparecido da Malaysia Airlines, afirmou o ministro dos transportes, Anthony Loke, nesta sexta-feira (20), mais de 10 anos após o desaparecimento em um dos maiores mistérios da aviação do mundo.
O voo MH370, um Boeing 777 transportando 227 passageiros e 12 tripulantes, desapareceu na rota de Kuala Lumpur para Pequim em 8 de março de 2014.
“Nossa responsabilidade, obrigação e compromisso são com os parentes mais próximos”, declarou o ministro em uma entrevista coletiva.
O oficial disse esperar que “desta vez seja positivo, que os destroços sejam encontrados e um encerramento seja dado às famílias.”
Investigadores malaios inicialmente não descartaram a possibilidade de que a aeronave tenha sido deliberadamente desviada do curso.
Detritos, alguns confirmados e outros que se acredita serem da aeronave, foram levados pela costa da África e por ilhas no Oceano Índico.
Loke explicou que a proposta de retomar a busca no sul do Oceano Índico veio da empresa de exploração Ocean Infinity, que conduziu a última busca pelo avião, que terminou em 2018.
Um contrato seria assinado para cobrir um período de 18 meses e a empresa receberia US$ 70 milhões se os destroços encontrados fossem substanciais, continuou ele, acrescentando que a busca será no fundo do mar de uma nova área cobrindo 15 mil km.
Nenhuma localização precisa, da nova área de busca, foi fornecida.
Mais de 150 passageiros chineses estavam no voo. Outros incluíam 50 malaios, bem como cidadãos da França, Austrália, Indonésia, Índia, Estados Unidos, Ucrânia e Canadá, entre outros.
Parentes exigiram indenização da Malaysia Airlines, Boeing, fabricante de motores de aeronaves Rolls Royce e do grupo segurador Allianz e de outros envolvidos.
Novas informações
Loke informou que a Malásia avaliou novos dados de vários especialistas sobre a possível localização e a Ocean Infinity estava confiante sobre as chances de localizar os destroços.
“Todos os dados foram apresentados. Nossa equipe analisou e sentiu que são confiáveis”, pontuou ele.
A Malásia contratou a Ocean Infinity em 2018 para pesquisar no sul do Oceano Índico, mas falhou em duas tentativas.
Isso ocorreu após uma busca submarina pela Malásia, Austrália e China em uma área de 120 mil km do sul do Oceano Índico, com base em dados de conexões automáticas entre um satélite Inmarsat e o avião.
O novo acordo seria baseado no princípio de não encontrar, não pagar, pelo qual a Malásia não seria obrigada a pagar à Ocean Infinity a menos que destroços suficientes fossem encontrados e verificados.
Questionado sobre as perspectivas de localizar todo o avião, o ministro expressou que seria injusto esperar um compromisso concreto.
“Neste momento, ninguém sabe ao certo. Já se passaram mais de 10 anos“, falou.
A última transmissão do MH370 foi cerca de 40 minutos após ele decolar de Kuala Lumpur, capital da Malásia, para Pequim. O capitão assinou quando o avião entrou no espaço aéreo vietnamita e logo depois seu transmissor foi desligado.
O radar militar mostrou que a aeronave deixou sua rota de voo para voar de volta sobre o norte da Malásia e depois para o Mar de Andaman antes de virar para o sul, então todo o contato foi perdido.
Um relatório de 495 páginas sobre o desaparecimento, feito em 2018, relatava que os controles do Boeing 777 foram provavelmente manipulados deliberadamente para sair do curso.
Mas os investigadores não conseguiram determinar quem era o responsável e pararam antes de oferecer uma conclusão sobre o que aconteceu, dizendo que dependia da busca pelos destroços.
Os oficiais também alegaram que não havia nada suspeito nos antecedentes, assuntos financeiros, treinamento ou saúde mental do capitão e do copiloto.