Mar de gente ocupa 14 com música e alegria na 1ª noite de interdição em MS


O “sextou” de 23 de agosto eliminou qualquer dúvida sobre o potencial que a rua 14 de Julho também pode ter quando o sol se esconde. Na primeira noite de interdição, uma multidão tomou conta da rua, que é um símbolo das várias fases do desenvolvimento de Campo Grande.

Público que compareceu na rua 14 de Julho na noite desta sexta-feira (23). (Foto: Instagram/Ocupa o Centro)

A medida é experimental, a rua 14 de Julho também será interditada no trecho entre as ruas Marechal Rondon e Antônio Maria Coelho neste sábado (24) e domingo (25).


A prefeitura optou pela interdição atendendo aos pedidos dos empresários e do público, que tem lotado os bares da região nos últimos meses, no anseio de tornar a vida noturna de Campo Grande mais diversificada e democrática.

Aprovado?

Rodas de samba, pagode e DJs animaram quem compareceu aos cinco bares abertos no trecho. A julgar pelo público que compareceu em peso ao local, a interdição foi um sucesso.

Com a rua livre do vai e vem dos carros, a advogada Margareth Melo aproveitou para arriscar uns passos de samba.

“Já viemos em outros momentos, mas esta é a primeira vez com a rua toda fechada só para nós. Achei sensacional, deu espaço para curtirmos, dançarmos e tudo isso sem perigo, sem se preocupar com o trânsito.”

Margareth Melo, advogada.

A servidora da área de recursos humanos Daniela Ira foi ao local pela primeira vez nessa sexta e também aprovou a interdição.

“Achei ótimo ter fechado, a 14 estava morta. Estão revivendo a rua. Eu acho uma loucura gostosa, estão incentivando. Tem que ter a cultura pulsando.”

Daniela Ira, servidora de recursos humanos.

Ocupação da “14”

Os bares começaram a se instalar na Rua 14 de Julho desde o ano passado. No Carnaval deste ano, outros estabelecimentos apostaram na rua como uma possibilidade de negócio.

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Público que compareceu na rua 14 de Julho na noite desta sexta-feira (23). (Foto: Instagram/Ocupa o Centro)

O publicitário Bruno Soares foi um dos primeiros a apostar na Rua 14 de Julho ainda em 2023. No endereço, ele realizou o sonho de abrir um estabelecimento com cara de boteco e música na calçada para todos os tipos de público.

“Sempre tive a ideia de abrir bar e restaurante. Queria algo novo, que a cidade não tinha explorado. Procurando uma rua, achamos a 14. Justamente por Campo Grande ter um bar ligado à cultura do boteco, que a galera abraçou. Queremos que a 14 de Julho chegue ao mesmo nível das ruas famosas e com vida noturna forte. Como estamos no Centro, aqui é mais democrático.”

Bruno Soares, publicitário.

A atriz e empresária Nicoli Dichoff também foi uma das primeiras a se instalar na “14” ao migrar de um antigo endereço também localizado na região central.

Com roda de samba, pizza e até karaokê, ela e o marido fomentaram a transformação da rua centenária e tradicional do comércio, que agora também é rota do cenário alternativo de diversão na capital de Mato Grosso do Sul.

“A vinda dos bares não é só um desejo nosso, mas um produto fruto de uma demanda. Não tínhamos um reduto de bares tão claro. Estamos em um lugar democrático, que tem uma convivência de apoio. Ocupamos um Centro que estava morto na parte da noite, agora não mais.”

Nicoli Dichoff, empresária.

Já o empresário Kaike da Silva é dono de um dos bares “caçulas” da região. O espaço foi inaugurado há 45 dias, após 20 dias de planejamento, e desde então tem sido responsável por lotar um dos cruzamentos da rua.

“O público nos acolheu, demos vida à 14. Não só nós, mas os outros bares também. Eu não esperava este sentimento. Precisamos de apoio da prefeitura e do governo. Queremos união entre empresários e poder público. Estamos aqui em prol da 14, era um sonho.”

Kaike da Silva, empresário.

“Augusta” de CG

De maneira despretensiosa, a intenção dos empresários que estão investindo na rua 14 de Julho é que a rua se torne um ponto tradicional da boemia, como já acontece em grandes cidades.

Com uma infinidade de bares por metro quadrado, a Lapa é parada obrigatória para quem vai ao Rio de Janeiro, por exemplo. Caminhar pela Rua Augusta também é uma das experiências mais democráticas para quem quer conhecer a noite da capital paulista, São Paulo.

A expectativa é de que, no futuro, a vida noturna na Rua 14 de Julho também se torne uma atração turística na capital de Mato Grosso do Sul.

Uma rua. Muitas fases

A eclosão de bares na região marca um renascimento da “14” após 5 anos de apuros. A rua 14 de Julho passou por uma revitalização milionária, concluída em 2019.

A obra foi marcada por queixas de comerciantes, diante da diminuição do movimento devido às adequações. Muitos fecharam as portas. Em seguida, a pandemia agravou o cenário de incertezas e, agora, o endereço ganha nova vida à noite.

A iniciativa deste final de semana é experimental e ainda não há oficialização da prefeitura sobre a continuidade da ação em outros fins de semana.

A interdição fica por conta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) também garante a segurança dos frequentadores do local.





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