O exame de necropsia realizado no corpo encontrado no rio Cuiabá nessa quinta-feira (9) revelou que a causa da morte de Laysa Moraes Ferreira, de 30 anos, conhecida como MC La Brysa, foi afogamento.
O laudo do IML indica que a artista ainda poderia estar viva quando foi jogada no rio, com mãos e pés amarrados e uma lata de concreto presa ao corpo.
Desaparecida desde a última sexta-feira (3), MC La Brysa foi encontrada após um pescador avistar o corpo na superfície do rio e conduzi-lo até a margem, na região do Ribeirão do Lipa.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que trabalha com a suspeita de crime cometido por uma facção.
Embora as características físicas e as tatuagens sejam compatíveis com as de Laysa, a identificação oficial depende do exame papiloscópico.
Os papiloscopistas aguardam o envio do prontuário civil de Mato Grosso do Sul, onde a rapper nasceu, para concluir a confirmação da identidade.
O delegado Edison Pick, responsável pela investigação, afirmou que a forma como o corpo foi deixado no rio indica um crime premeditado, possivelmente praticado por membros de uma facção criminosa. A polícia segue apurando a motivação do crime e os possíveis envolvidos.
MC La Brysa estava em Cuiabá há cerca de um ano, onde buscava impulsionar sua carreira musical.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota de pesar lamentando a morte de MC La Brysa, destacando sua trajetória como rapper, poetisa e compositora. Reconhecida por sua dedicação ao hip hop, La Brysa se tornou referência na cena cultural sul-mato-grossense e nacional, deixando um legado de luta, resistência e empoderamento feminino.
Confira a nota na íntegra
É com imenso pesar que a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul recebe a notícia do falecimento de Laysa Moraes Ferreira, conhecida artisticamente como La Brysa.
MC, poetisa e compositora, La Brysa marcou sua trajetória com talento, determinação e paixão pelo hip hop. Com 12 anos de dedicação às rimas e 8 anos de participação ativa nas batalhas, La Brysa tornou-se um símbolo de força e inspiração para a cena cultural de Mato Grosso do Sul e do Brasil.
Desde sua primeira vitória em uma batalha em 2016, La Brysa conquistou 310 “folhinhas” e se destacou no movimento por sua entrega e originalidade. Foi presença marcante no The Big Cypher of Campão, onde por três anos colecionou títulos importantes, como a categoria de Sangue e Conhecimento da Liga Breaking e a Batalha do Conhecimento do MST.
Sua relevância transcendeu fronteiras, tendo sido campeã da Batalha Vai Ser Rimando, promovida por Emicida em sua Twitch, e semifinalista estadual. Pioneira nas Cyphers femininas de Mato Grosso do Sul, La Brysa deixa um legado de luta, resistência e empoderamento feminino no rap.
Neste momento de dor, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul presta solidariedade à família, amigos e admiradores da artista, reconhecendo sua contribuição inestimável para a cultura e para o hip hop sul-mato-grossense.
La Brysa viverá para sempre em suas rimas, em suas poesias e no coração daqueles que tiveram o privilégio de ouvir sua voz e sua mensagem.
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