Milei diz que vai demitir diplomatas envolvidos em voto contra bloqueio a Cuba: “traidores da pátria”


O presidente da Argentina, Javier Milei, disse nesta segunda-feira (04) que irá demitir todos os funcionários da chancelaria envolvidos no voto argentino pelo fim do bloqueio econômico e comercial contra Cuba, na Organização das Nações Unidas (ONU), na semana passada.

“Isso não só custou o cargo para a chanceler [Diana] Mondino, mas neste momento estamos fazendo todo um trabalho para abrir um processo contra todos os responsáveis e demiti-los”, disse Milei em uma entrevista para o canal argentino “Ciudad Magazine”, na qual qualificou funcionários envolvidos no voto como “traidores da pátria”.

Na votação, realizada na última terça (29), 187 países, entre eles a Argentina, votaram a favor do fim do embargo a Cuba. Estados Unidos e Israel se opuseram e a Moldávia se absteve.

Ao saber do posicionamento da Argentina na ONU, na última quarta-feira (30), o presidente argentino decidiu demitir sua chanceler e designou o atual embaixador nos Estados Unidos, Gerardo Werthein, para o cargo.

“O erro imperdoável que a chanceler Mondino cometeu no outro dia custou o cargo dela em 30 minutos”, disse Milei, na entrevista desta segunda (04), sobre a votação.

Em comunicado, a Casa Rosada informou que seu país “se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais”.

Na entrevista, Milei afirmou que um dos eixos de sua campanha eleitoral foi a defesa do alinhamento da política externa da Argentina com Estados Unidos e com Israel, e que, em votações, o país não pode se posicionar contra esses países. “Nós tínhamos que estar aí [ao lado dos EUA e Israel], não do outro lado”, argumentou.

Para o presidente argentino, os funcionários envolvidos no voto argentino pelo fim do bloqueio estão “apaixonados pela burocracia internacional” e “vivem uma vida parasitária”.

Ele também atribuiu o voto majoritário contra as sanções à agenda “woke” [termo que faz referência à consciência sobre questões raciais e de justiça social], à Agenda 2030 da ONU, que estabelece metas econômicas, sociais e ambientais para os países, e ao Pacto 2045, que inclui questões como a erradicação da pobreza e da fome e a luta contra a mudança climática.

“Isso é a agenda ‘woke’ dentro da Agenda 2030 ou o Pacto 2045, que é avançar sobre as liberdades individuais, em que um conjunto de imbecis fatalmente arrogantes acham que podem conduzir a vida do resto. Isso eu não vou permitir”, garantiu.

Milei ainda acusou de traição funcionários públicos envolvidos no voto que contrariou a postura da Casa Rosada. “Vou demitir todas essas pessoas que estiveram envolvidas nesta decisão, acho que diretamente são traidores da pátria”, disse.

“Estamos vendo qual o formato legal para demiti-los e fazê-los pagar. A política exterior é definida pelo presidente, você não pode ir e votar em qualquer coisa porque você acha que sim. Se você [quer] votar no que quiser, tem que ganhar as eleições”, concluiu.



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