Pessoas em toda a Síria celebram a queda do regime de Bashar al-Assad na primeira sexta-feira desde que o presidente deposto fugiu para a Rússia.
Milhares de pessoas se reuniram após as orações desta sexta-feira (13) no centro da capital, Damasco, e em Homs, Aleppo e Hama, cidades que foram tomadas pelas forças da oposição nas últimas duas semanas.
Sexta-feira é um dia sagrado para os muçulmanos, marcado pelo culto e por protestos e celebrações após a oração do meio-dia.
Houve também celebrações em Suwayda, no sul da Síria, e em Idlib, no norte.
O líder das forças que derrubaram o regime, Mohammad al-Jolani, divulgou uma declaração em vídeo nesta sexta.
“Gostaria de parabenizar o povo sírio pela vitória da abençoada revolução. Peço que expressem alegria por esta conquista, mas sem disparar balas ou causar medo nas pessoas”, declarou.
“Depois disso, vamos direcionar os nossos esforços para a reconstrução da Síria. Como falamos desde o início: ‘Vitoriosos com a ajuda de Deus’”, continuou Jolani, cujo nome verdadeiro é Ahmad al Sharaa.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad