Ministério da Saúde foi notificado sobre infecções por HIV em transplantados em 13 de setembro


O Ministério da Saúde teve conhecimento dos casos de infecções por HIV em transplantados desde o mês de setembro. Porém, o caso só veio à tona no início deste mês, após a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmar que está investigando as infecções.

Ao todo, seis pessoas foram infectadas com o vírus HIV após receberam órgãos transplantados, devido aos resultados de exames com “falsos-negativos” para sorologia de HIV apresentados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que, segundo a polícia, visava obter lucro.

Em nota, a pasta afirmou que “foi notificado, por meio eletrônico, em 13 de setembro, sobre a possibilidade de ter havido transmissão do HIV por meio de transplantes de órgãos no estado do Rio de Janeiro”, e que, naquele momento, “ainda não havia a confirmação de que a transmissão do vírus ocorrera por doação de órgãos”.

Diante da gravidade do caso, o ministério disse que “emitiu, de imediato, recomendações urgentes à Central de Transplantes do Rio de Janeiro e aos órgãos de controle”.

Entre elas, estão: investigar o ocorrido, localizar e notificar os receptores dos órgãos e tecidos, implementar o monitoramento clínico e laboratorial rigoroso dos receptores, inclusive da córnea, por um período ampliado, com vistas à detecção precoce de manifestação do vírus HIV, etc.

Por fim, a pasta afirmou que determinou a instalação de auditoria para apurar irregularidades na contratação do laboratório, bem como o atendimento adequado ao grupo de pacientes receptores dos órgãos.

Investigação

No último domingo (13), a Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo de dados dos envolvidos nos casos de infecção por HIV em pacientes transplantados.

O sócio principal do PCS Lab Saleme, Walter Vieira, e Ivanilson Fernandes, técnico de laboratório contratado para fazer a análise do material estão presos, e outras duas seguem foragidas.

Também no domingo (13), o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF/RJ) afirmou que o laboratório responsável pelos testes de HIV, que resultaram em pacientes infectados com o vírus após serem transplantados, não possui registro como estabelecimento junto ao órgão.

No documento, a juíza Flavia Fernandes de Melo determinou o acesso aos telefones celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos dos indiciados no inquérito.

Além da quebra do sigilo telemático, a magistrada também determinou mandado de busca e apreensão nos endereços dos investigados.

A PCS Lab Saleme informou à CNN, em nota, que repudia a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório. Leia abaixo:

Em depoimento hoje à polícia, Walter Viera, um dos sócios do PCS Lab Saleme, afirmou que o resultado preliminar feito pela sindicância interna do laboratório aponta indícios de falha humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV.

A defesa dele e de Mateus Vieira repudia com veemência a insinuação de que existiria um esquema criminoso para forjar laudos no laboratório, que atua no mercado desde 1969. A defesa confia que, após os esclarecimentos prestados por Walter, a Justiça entenderá desnecessário mantê-lo preso.

Matheus apresentou-se de maneira voluntária e foi liberado. Ele assegurou às autoridades que irá depor quando sua defesa tiver acesso integral aos autos da investigação.

*Sob supervisão



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