O médico André Lorscheitter Baptista, de 50 anos, suspeito de matar a própria esposa envenenada com um sorvete, modificou a cena do crime, juntamente o motorista da ambulância e o enfermeiro que atenderam a ocorrência, segundo informou o delegado da Polícia Civil, Arthur Reguse.
“O que eles fizeram foi modificar o corpo de lugar, eles modificaram a cena do crime, tanto o médico, quanto o condutor da ambulância e o enfermeiro, os três movimentaram o corpo da mulher de lugar”, disse.
O caso aconteceu no final de outubro, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. A polícia acredita na versão de que o médico tenha envenenado Patrícia Rosa dos Santos e, depois, aplicado medicação restrita desviada do Sistema Único de Saúde (SUS). Lorscheitter foi preso no dia 29 de outubro, enquanto saia do condomínio onde mora.
Veja:
“A gente tem a convicção, é caso de cinema, caso de Netflix. Ele utilizou da habilidade de médico que ele tem para matar ela”.
No local onde o corpo foi encontrado, a polícia encontrou um pote de sorvete, que passou por perícia. Além da imagem que mostra um comprimido no líquido, o laudo aponta a presença de Zolpidem, que é um medicamento controlado utilizado para induzir o sono profundo.
À época do crime, o delegado Rafael Pereira contou à CNN sobre o planejamento do crime.
“A principal hipótese é de que ele colocou zolpidem no sorvete. Ele induziu ela ao sono profundo e se aproveitou disso para injetar midazolam e sustrate nos pés da esposa”.
Ambos os medicamentos injetados pelo médico são de uso restrito. O midazolam é utilizado para sedação, controle de convulsões e distúrbios de ansiedade, já o sustrate é indicado para tratamentos de intolerância à lactose.
“Ele injetou nos pés já que, provavelmente, que se ele injetasse no braço, não conseguiria o atestado de morte natural”, afirmou.
Quando a polícia chegou ao local, após um pedido da família que desconfiou, André já tinha um atestado de óbito feito por outro médico, com infarto como causa da morte.
“Ele desviou a medicação para matar ela. Ele é médico da emergência do Samu, queria utilizar disso para forjar um infarto e conseguiu isso porque tinha um atestado. Até o carro da funerária já estava lá quando a equipe da polícia chegou”, disse o delegado.
Patrícia Rosa dos Santos, tinha 41 anos, e trabalhava como enfermeira. Ela deixou um filho de 2 anos, fruto do relacionamento com o André, suspeito de matá-la.